Os absurdos ditos pelo presidente Jair Bolsonaro e sua postura negacionista no auge da pandemia da Covid-19 no Brasil estão sendo julgados desde esta terça, 24, pelo Tribunal Permanente dos Povos (TTP) em Roma, na Itália.
Embora as decisões do tribunal não tenham efeito condenatório, é certo que as conclusões terão impacto reputacional e devem confirmar a falta de noção moral que Bolsonaro possui e que os brasileiros já conhecem. O problema é que, apesar da importância do julgamento, quase ninguém está acompanhando o que está sendo definido lá.
A verdade é uma só. A pandemia que causou estragos no mundo inteiro foi ainda pior no Brasil porque o país era liderado por um presidente despreparado e insensível.
Bolsonaro fez chacota das mortes causadas pelo vírus, defendeu um tratamento precoce que nunca foi comprovado cientificamente, gritou com jornalistas ao se irritar com perguntas sobre a pandemia, atrasou a compra das vacinas e mostrou toda a sua falta de preparo para lidar com uma das maiores crises sanitárias que a humanidade já viveu.
Como esquecer, por exemplo, do presidente afirmando que não era coveiro ao ser questionado sobre as mortes causadas pela Covid? “Eu não sou coveiro, tá certo?”, disse.
Alguns dias depois dessa frase infeliz, o presidente afirmou que é Messias, mas não faz milagre. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre.”
Em novembro de 2020, enquanto o Brasil se assustava com as 162 mil mortes registradas, o presidente afirmou que era preciso deixar de ser um país de “maricas”. “Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”, declarou.
Esses são apenas alguns exemplos da insensatez do presidente do país. O tribunal internacional está munido de informações e seus membros devem estar assustados com a forma como os brasileiros foram tratados pelo seu presidente.
Bolsonaro não será punido, mas a sua falta de sensibilidade precisa ser reforçada mais uma vez para que todos se lembrem, em um ano eleitoral, quem é o presidente que quer continuar no poder.