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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Lei de Segurança Nacional já vai tarde

Legislação da ditadura já deveria ter sido extinta há tempos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 ago 2021, 07h50
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  • A Lei de Segurança Nacional já vai tarde. A decisão do Senado de revogar a lei enterra de vez uma verdadeira excrescência no arcabouço da legislação brasileira que passou a ser usada com frequência a favor do atual governo.

    A Lei de Segurança Nacional de 1983 não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 e, como dizem os juristas, isso quer dizer que ela ficou à deriva na legislação brasileira, uma lei inconstitucional.

    Uma coisa precisa ser dita sobre essa Lei de Segurança Nacional de 1983: ela era a versão mais branda de várias versões que existiram, anteriores a ela durante a ditadura. Algumas foram baixadas por meio de decreto, durante o regime militar e uma delas previa a pena de morte.

    A ditadura estava acabando em 1983, quando o governo Figueiredo patrocinou essa versão. Prevendo o fim do regime, tentaram fazer uma versão mais leve da lei em 1983. É como diz o ditado: vão-se os anéis, ficam os dedos. O problema é que, por ela não ter sido recepcionada pela Constituição, a lei virou um ser incompatível com a ordem democrática.

    Como esta coluna mostrou em entrevista com o advogado Técio Lins e Silva, a lei era um “horror”, palavra dele, que precisava desaparecer. Durante sua trajetória profissional, o advogado defendeu jovens contra versões duras da lei. Técio conta que, certa vez, “ganhou uma causa” porque a pessoa que defendia ficou “só” com prisão perpétua, escapando da pena de morte.

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    Na ditadura, as leis eram muito piores, mas mesmo assim, essa versão sobreviveu tempo demais. Ela estava sendo usada com muita frequência atualmente, principalmente pelo ex-Advogado-Geral da União André Mendonça, agora candidato a ministro do Supremo Tribunal Federal, para ameaçar adversários do governo atual.

    A lei tinha mesmo que ser tirada de cena e que bom que ela caiu. Foi o último capítulo dessa história. A lei morre e, com ela, acaba um entulho deixado por tempos difíceis que o Brasil viveu e que devem ficar no passado. Já vai tarde.

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