Indígena preso por Moraes já foi candidato a prefeito e não prestou contas
José Acácio Serere Xavante concorreu em 2020 na cidade de Campinápolis (MT) e não se elegeu
O líder indígena José Acácio Serere Xavante, 42, conhecido como Cacique Serere, preso na segunda-feira, 12, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por participação em atos antidemocráticos, foi candidato a prefeito em 2020. Na ocasião, ele tentou concorrer a vaga em Campinápolis, cidade de pouco mais de 15.000 habitantes a 658 quilômetros de Cuiabá (MT). Além de não se eleger, o indígena, que também é pastor evangélico, deixou de prestar contas à Justiça Eleitoral.
Em 26 de julho do ano passado, o juiz eleitoral Carlos Eduardo de Moraes e Silva determinou que o Patriotas local, partido pelo qual Xavante concorreu (obteve apenas 689 votos), deixasse de receber recursos do fundo partidário. Desde então a legenda na cidade não obteve mais verbas.
O indígena foi o pivô dos protestos violentos que ocorreram em Brasília na noite de segunda, após sua detenção. Mesmo ao pedir que não houvesse mais violência, ônibus e carros foram incendiados por manifestantes bolsonaristas.
Segundo investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República, a despeito do tom pacífico adotado no vídeo, o cacique já participou de atos antidemocráticos realizados no Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, em um shopping center, na Esplanada dos Ministérios e até em frente ao hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado às vésperas da posse.
Após o confronto iniciado em Brasília, um grupo de cerca de 200 manifestantes fechou uma das principais pistas do centro da cidade, próxima ao edifício-sede da Polícia Federal, onde ocorreram as cenas de vandalismo. Circulou a informação de que o cacique havia sofrido maus-tratos depois de ser preso. Por causa dessa notícia, desmentida pelo próprio líder xavante no vídeo, os bolsonaristas, mesmo cercados pela polícia, se recusavam a desobstruir a via.
Veja o vídeo: