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Novos hábitos após coronavírus podem reduzir emissões de CO2

Redução de voos e formas de locomoção sustentáveis apresentaram sinais positivos para o meio ambiente

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 mar 2020, 16h19 - Publicado em 13 mar 2020, 18h57

O setor de aviação é responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa. Em março, o tráfego aéreo comercial foi reduzido em 4,9%, comparado ao mesmo mês de 2019, segundo os dados do Flightradar24, site de monitoramento de voos. A queda seguiu a tendência percebida em fevereiro, que teve redução de 4,3% dos voos. A expectativa é que os cancelamentos aumentem, conforme as proibições de diferentes governos diminuam a demanda por viagens. De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), as aéreas poderão perder até 113 bilhões de dólares. 

Contudo, ainda é pouco quando se pensa em mudanças de comportamento que persistam depois da crise. Em entrevista ao The Guardian, o presidente do Global Carbon Project, Rob Jackson, afirmou: “Se [o coronavírus] mudar a forma como viajamos, poderá levar a mais reuniões virtuais. Caso contrário, não vejo uma solução. Se as emissões de gases caírem temporariamente, será ótimo, mas não será uma mudança significativa a longo prazo, a não ser que nos coloque em uma recessão global. Ninguém queria isso em 2008 e ninguém quer agora.”

Na China, os níveis de poluição do ar caíram cerca de 25% entre janeiro e fevereiro, como reflexo da paralisação de usinas de carvão e de atividades industriais para que os funcionários em áreas de risco pudessem ficar em casa. Segundo a NASA, a incidência de dióxido de nitrogênio, poluente emitido principalmente com a queima de combustíveis fósseis, diminuiu 30%. Nessas proporções, o atual momento poderá apresentar a primeira queda em emissões globais desde a crise financeira de 2008 e 2009.

Em Nova York, o prefeito Bill de Blasio orientou a população a trabalhar de casa e evitar o transporte público nos horários de pico. Menos de uma semana depois, o Departamento de Transportes da cidade anunciou que houve aumento de 50% no tráfego de bicicletas nas pontes que conectam Manhattan a Brooklyn e ao Queens, em comparação a março passado. O programa de compartilhamento de bicicletas da cidade também registrou aumento na demanda pelo serviço. As “pedaladas” cresceram 67% em comparação a um ano atrás.

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