Após anos de produção e milhões de dólares arrecadados pelo próprio cineasta Francis Ford Coppola, o épico Megalopolis estreará na noite de sexta-feira, 17 de maio, para o júri e público do Festival de Cannes — que pode transformar o filme em um dos títulos mais cobiçados pelo mercado de distribuição — ou amargar o ocaso. Nos dias anteriores à sessão, entretanto, o diretor não vem pecando por falta de autoconfiança: segundo ele, o filme é a melhor obra de sua carreira. Ou seja: seria maior que Apocalypse Now, Drácula de Bram Stoker ou, o mais espantoso, qualquer Poderoso Chefão, trilogia cujo primeiro filme é um dos mais citados como melhor longa da história do cinema.
A declaração foi feita em uma postagem no Instagram pessoal do cineasta, junto ao primeiro trailer do filme. Nele, são mostradas algumas das cenas psicodélicas do projeto, que utiliza a fotografia digital e efeitos para imaginar um misto de Nova York futurista com Grécia antiga. Na história, a metrópole americana foi obliterada por um desastre e tem de ser reconstruída, tarefa que o arquiteto Cesar (Adam Driver) quer encabeçar rumo a uma utopia. O prefeito Frank Cicero (Giancarlo Esposito), porém, discorda do idealismo do rival, e almeja interferir tanto em seus planos urbanísticos quanto em seu romance com Julia Cicero (Nathalie Emmanuel), sua filha. Além do conflito central, nomes como Aubrey Plaza, Shia Labeouf, Dustin Hoffman, Jon Voight e Laurence Fishburne dão vida a outras figuras excêntricas da cidade.
Concebido ainda na década de 1970, o projeto tardou a iniciar sua produção por atrasos e falta de financiamento, até Coppola cansar da burocracia de Hollywood e vender a maior parte de sua vinícola em 2021. A partir da venda, ele arrecadou os 120 milhões de dólares necessários para financiar Megalopolis e iniciou o processo de contratação de elenco e equipe para as filmagens, encerradas em março de 2023. Produzido fora dos estúdios de Hollywood, o filme agora procura distribuidoras em Cannes para estrear em países além da França, onde conseguiu o apoio da empresa Le Pacte. Descrito como ousado e megalomaníaco por membros da indústria, o projeto foi exibido para magnatas americanos em março, mas ainda não conquistou a confiança de nenhum. Resta, então, aguardar as reações à exibição no festival, onde o filme concorre à Palma de Ouro.
Iniciada na terça-feira, 14 de maio, a competição de Cannes será julgada pela presidente do júri Greta Gerwig e seus colegas Eva Green, Lily Gladstone, Ebru Ceylan, Nadine Labaki, Juan Antonio Bayona, Pierfrancesco Favino, Hirokazu Kore-Eda e Omar Sy.
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