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Por Lucilia Diniz
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Bom, bonito e barato

Ardente e colorido, o rabanete volta à moda

Por Lucília Diniz
22 jun 2023, 17h35

É um fato: nem todo mundo gosta de seu sabor ardido. Mas também é verdade que o rabanete nunca deixou de ter um cantinho na horta ou no supermercado. E agora, parece, está voltando à moda. Li no jornal argentino La Nación que esse tubérculo tão comum está sendo revalorizado por suas qualidades para a saúde.

As razões são simples: rico em antioxidantes e vitaminas, ele é bom para a saúde; bicolor, de casca rosa, ou vermelha, vibrante contrastando com o interior alvo, faz bonito nos pratos de salada; e é barato, pois seu cultivo é rápido e fácil e se adapta a diferentes climas. Não é à toa que esse singelo vegetal é tão mencionado ao longo da história ocidental.

Movida pela curiosidade, fui pesquisar mais. Algumas fontes registram que ele vem do sul da Ásia, tendo sido primeiro cultivado em algumas regiões da China, enquanto outras apontam o Egito como berço, de onde teria se espalhado pelo Mediterrâneo. Na Antiguidade Clássica ele já era consumido como alimento e apostava-se em seus benefícios medicinais (o grego Dioscórides listou suas propriedades diuréticas e digestivas no século 2 a.C.).

No século 16, com os descobrimentos, houve um troca-troca de tubérculos: os europeus trouxeram o rabanete para as Américas e, deste lado de cá do oceano, levaram a batata. Talvez por ser mais calórica e de sabor mais suave, ela tomou o lugar do pequeno vegetal, que até então era o mais consumido na Europa, tornando-se assim a base da alimentação em muitos países do norte.

Mas, ao longo dos séculos, ele continuou ali, discreto. Quando a Grande Fome abateu a Irlanda, entre 1845 e 1852, devido a uma praga que atingiu justamente as plantações de batata e levou as pessoas a comerem algas, urtiga e até sola de sapato, os mais sortudos às vezes aqui e ali conseguiam preparar um rabanete. Ele também foi importante em outras épocas de escassez, como na Segunda Guerra, quando, cozido em sopas, ganhava uma textura similar à da prima americana.

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Na Ásia e no Oriente Médio, ele aparece bastante ainda, e nem todo europeu cospe no prato em que comeu até o tempo das navegações: na França, por exemplo, o rabanete é muito apreciado como aperitivo, ao natural, coberto apenas pela manteiga que é um dos orgulhos nacionais. É muito comum também na mesa mexicana, que não torce o nariz para sabores fortes.

Na maior parte dos lugares, ele é consumido cru. Essa, aliás, é a melhor maneira para manter seus nutrientes e propriedades medicinais. Sim, os gregos estavam certos quanto a seu potencial digestivo, ajudando em particular o fígado. Também há pesquisas que mostram que ele combate o fungo que causa a candidíase (aquela que, na boca dos bebês, é conhecida como “sapinho”). Só não pode ser consumido em excesso por idosos, que já tendem à desidratação, porque é diurético, e por quem toma remédios para regular a pressão, pois ele também atua naturalmente no sistema cardiovascular.

Por fim, quem passa por reeducação alimentar sabe que ele é um grande aliado. Tem poucas calorias, é cheio de fibras e água. Naturalmente crocante, serve para petiscar sem se preocupar em sair da dieta. Como se vê, são muitas as razões para revalorizar esse pequeno notável. Se não tem – ou não quer comer – batatas, coma rabanetes!

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