Concentração de gases de efeito estufa bateu recorde em 2018
Organização Meteorológica Mundial divulgou novo relatório que mostra que a emissão continua crescendo
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou nesta segunda-feira, 25, que a concentração dos principais gases do efeito estufa na atmosfera alcançou um novo recorde em 2018. Para a OMM, a continuidade da tendência no longo prazo significa que as gerações futuras serão confrontadas com o aumento dos impactos das mudanças climáticas. Os efeitos incluirão temperaturas mais altas, clima extremo, estresse hídrico, aumento do nível do mar, e alterações nos ecossistemas marítimos e terrestres.
Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, “não há sinal de desaceleração, ou declínio, na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos sob o Acordo de Paris. Precisamos transformar promessas em ações e aumentar o nível de ambição para garantir o futuro e o bem-estar da humanidade”.
De acordo com o novo relatório, globalmente a concentração de CO2 atingiu 407,8 partes por milhão em 2018, em comparação a 405,5 partes por milhão em 2017. O prejuízo será sentido pelas próximas gerações porque o CO2 permanece na atmosfera e nos oceanos durante séculos. Concentrações de metano e de óxido nitroso também apareceram em quantias maiores do que nas últimas décadas. As medições incluíram estações em áreas remotas do Ártico, em regiões montanhosas e em ilhas tropicais.
Desde 1990, o efeito de aquecimento climático aumentou 43% por causa de gases de efeito estufa. Somente o C02 é responsável por 80% do fenômeno, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, dos Estados Unidos, cujos dados foram usados no relatório da OMM.
Ainda de acordo com Taalas, “é importante lembrar que a última vez em que a Terra vivenciou uma concentração de CO2 comparável à atual foi há quase 5 milhões de anos atrás. Naquela época, a temperatura era 2ºC a 3ºC mais alta e o nível do mar era 10 a 20 metros mais alto do que o atual”.