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2017, o ano em que a ciência conseguiu provas sobre Papai Noel

O arcebispo e santo da Igreja Católica São Nicolau, homem que inspirou a figura do bom velhinho, teria sido enterrado na Turquia e vivido em 343 d.C.

Por Da redação
19 dez 2017, 12h44

Gordo, barbudo, com vestes vermelhas e o característico gorrinho de pompom branco na cabeça – esta é a imagem que normalmente vem à mente quando pensamos em Papai Noel. Mas a figura, apesar de mitológica, tem uma inspiração real: o arcebispo Nicolau Taumaturgo, reconhecido pelos cristãos como São Nicolau, morto 1.700 anos atrás. A figura histórica do religioso está cercada mais de dúvidas do que de respostas, mas arqueólogos acreditam ter encontrado pistas valiosas para desvendar quem foi o homem que, até hoje, permanece como a imagem mais emblemática do Natal: inicialmente, a tumba onde ele teria sido enterrado, em uma igreja na Turquia. No fim do ano, um estudo da Universidade de Oxford trouxe novos dados ao determinar o período em que o viveu o ‘bom velhinho’ .

“Temos em mãos ótimos resultados, mas o trabalho de verdade começa agora. Vamos chegar ao solo e, talvez, encontrar o corpo intacto de São Nicolau”, avaliou Cemil Karabayram, diretor de pesquisa de monumentos da província turca de Antalya, ao jornal Hurriyet enquanto anunciava a descoberta da tumba, em outubro deste ano. O achado foi uma reviravolta no que se acreditava até então, pois a história mais difundida era a de que o corpo do arcebispo havia sido levado por piratas para Bari, cidade italiana onde foi construída a basílica de São Nicolau. Pesquisadores turcos, no entanto, alegam que o corpo que está na Itália é de um antigo padre turco e os restos do verdadeiro santo nunca deixaram seu país natal.

Documentos encontrados na região pela equipe indicam que o local havia sido destruído e passava por reformas na época em que os piratas roubaram o suposto corpo de São Nicolau. Quando os arqueólogos chegaram, o espaço estava praticamente intacto, mas eles sabiam que o processo de escavação seria complexo devido à presença de esculturas em pedra e mosaicos no templo.

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Três meses depois, ainda não é possível afirmar se o santo jaz na igreja turca ou na Itália, mas o que é consenso entre os arqueólogos é que ele não parece exatamente com a imagem de Papai Noel difundida no mundo inteiro. Ele era conhecido por ter grande afinidade com crianças, é verdade – mas aquela história de que ele era um velhinho barbudo vivendo no Polo Norte com seus duendes assistentes e seu trenó voador claramente pertence aos livros infantis. A maioria das representações de São Nicolau, por exemplo, mostram o arcebispo bem mais magro e com menos barba, bigode e cabelo do que a figura natalina.

A segunda descoberta de 2017 ocorreu graças a cientistas britânicos. Um teste com radiocarbono realizado pela Universidade de Oxford determinou que um fragmento de osso que seria de São Nicolau, o santo que inspirou o Papai Noel, é do ano 343 d.C.

O fragmento está em posse do padre Dennis O’Neill, de Illinois, nos Estados Unidos, mas fica guardado em uma igreja na França.

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Não é possível garantir, no entanto, que o fragmento (parte da pélvis) era realmente de São Nicolau. Agora, os pesquisadores querem analisar o DNA de outros ossos que podem pertencer ao santo para comparar se eram da mesma pessoa.

Natal

A razão pela qual este santinho veio a se tornar o principal símbolo natalino está na Igreja Católica. Segundo o St. Nicholas Center, que organiza exposições sobre São Nicolau e tem sede na Holanda, foram atribuídos ao bispo diversos milagres e, graças à atenção especial que ele dedicava aos pequenos, ele acabou sendo canonizado e tornou-se um símbolo associado ao nascimento do menino Jesus. E a imagem do senhor bonachão do jeito que vemos nas vitrines hoje só foi aparecer lá para a metade do século XIX, com uma ilustração feita pelo cartunista americano Thomas Nast. Antes disso, o bom velhinho era registrado apenas com roupas verdes, não vermelhas.

Mas, antes de pensar que sua infância inteira foi uma mentira com essa história de Papai Noel turco e de roupa verde, talvez você se sinta aliviado de saber que, ao menos, a tradição de trocar presentes não é invenção de hoje. A diferença é que antes as pessoas costumavam fazer isso no Dia de São Nicolau, em 6 de dezembro, data da morte do arcebispo. Depois é que a celebração foi transferida para o dia 25, dando origem ao Natal como é festejado atualmente.

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