Impacto vai ser maior nos trópicos, afirmam americanos

O impacto do aquecimento global na agricultura será mais sentido nas regiões tropicais e subtropicais, onde vivem 3 bilhões de pessoas. Essa é a conclusão de um estudo feito pelos professores David Battisti, do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington, e Rosamond Naylor, do Programa de Segurança Alimentar e Ambiental da Universidade de Stanford.
A afirmação faz parte de um estudo publicado no mês passado pela revista americana Science. A pesquisa combinou 23 modelos climáticos globais produzidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Segundo Battisti e Naylor, em 2100 as menores temperaturas durante os períodos de cultivo nas regiões tropicais e subtropicais serão maiores do que qualquer temperatura registrada até hoje nas mesmas áreas.
Conforme o estudo, a produção de grãos primários, como milho e arroz, deverá sofrer uma redução de 20% a 40%. Os pesquisadores defendem a necessidade de repensar os sistemas agrícolas. “Não apenas buscar novas variedades, mas também reconhecer que muitos deixarão de ser agricultores e abandonarão as terras onde vivem e trabalham”, escreve Naylor no artigo.
(Por Luiz de França)