A greve de ônibus em Porto Alegre (RS) já dura quinze dias. Nesta segunda-feira, trezentos rodoviários fizeram piquetes em frente a três empresas – Sopal, Nortran e Viação Alto-Petrópolins – para impedir a saída dos ônibus das garagens, segundo informou o jornal Zero Hora. Nenhum veículo conseguiu circular. Cerca de um milhão de pessoas são afetadas diretamente pela greve, causando um prejuízo diário de 2 milhões de reais. Os números são estimados pela empresa responsável pela operação de trânsito na cidade.
Quem precisa do transporte público chega a esperar até duas horas. Micro-ônibus e vãs escolares usadas para substituir os coletivos chegam abarrotados aos pontos. Perueiros e ônibus clandestinos passaram a oferecer o serviço.
Cerca de quarenta manifestantes se acorrentaram em frente à prefeitura de Porto Alegre em apoio à greve dos rodoviários nesta manhã. Eles chegaram por volta das 4 horas desta segunda ao prédio.
Formado por sindicatos e outras entidades, o grupo quer que a prefeitura tome uma atitude para solucionar o impasse da categoria. “Viemos aqui exigir uma resposta do prefeito”, disse a presidente do sindicato dos professores, Rejane de Oliveira. Uma das reivindicações dos manifestantes é que a paralisação seja considerada legal.
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Na sexta-feira, a Justiça havia proibido a realização de piquetes a partir desta segunda. A desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira, da 1ª Seção de Dissídios Individuais, decidiu, no entanto, permitir a manutenção de piquetes, acatando mandado de segurança imposto pela Comissão de Negociação de Greve dos rodoviários.
Acordo – Às 11 horas desta segunda-feira haverá nova reunião entre grevistas, empresas e prefeitura no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para nova mediação. À noite, haverá assembleia para a votação da última proposta de negociação feita pelos empresários. O representante dos funcionários da Sopal, Rolnei Fernandes, afirmou que “a greve começou com assembleia e tem que terminar com assembleia. Nos sensibilizamos com a população e queremos que a paralisação termine”, afirmou. “A gente volta 100% amanhã se pagarem os dias parados e se não houver realiação nem demissões”, declarou Fernandes.