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Governo do Rio pode trocar comando da Cedae em meio à crise da água

Apesar de aliados de WIlson Witzel não admitirem troca na estatal, Hélio Cabral está na berlinda e será principal alvo de CPI

Por Cássio Bruno Atualizado em 30 jan 2020, 13h00 - Publicado em 30 jan 2020, 12h54

Embora aliados do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) neguem, há um movimento nos bastidores para substituir Hélio Cabral da presidência da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Desgastado com a crise da água, Cabral será um dos principais alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que deverá ser aprovada na Assembleia Legislativa (Alerj). A Cedae é comandada hoje por Pastor Everaldo, chefão do PSC, partido de Witzel, mas também tem influência de deputados, como mostrou VEJA no último dia 15.

Os nomes que aparecem na mesa de negociações para comandar a Cedae são os de Paulo Rabello, ex-presidente do BNDES no governo Michel Temer e filiado ao PSC; e o engenheiro Armando Costa Júnior, o Armandinho, atual diretor de Recuperação Ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e um dos demitidos justamente por Hélio Cabral. Armandinho é ligado a Lucas Tristão, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.

Há outras duas possibilidades que vêm sendo discutidas: Marcelo Motta, também engenheiro e ex-diretor da Cedae. Motta é próximo ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). A última alternativa seria Gustavo Schmidt. Ele é assessor da presidência da Cedae, mas tem status de diretor da Região Metropolitana. A manobra ocorreu porque ele é pai do deputado estadual homônimo do PSL e, por isso, não é permitido ocupar o cargo oficialmente. Schmidt é do grupo do empresário Mário Peixoto e de Jorge Picciani, ex-presidente da Alerj, que está em prisão domiciliar após desdobramentos da Operação Lava Jato.

As negociações passam pelas mãos de Lucas Tristão e André Moura, secretário da Casa Civil de Witzel e com forte influência política no governo. Aliado de Eduardo Cunha (MDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados preso na Lava-Jato, Moura também é filiado ao PSC e tem Pastor Everaldo como padrinho na atual gestão.

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Na última semana do recesso na Alerj, os deputados bolsonaristas Alana Passos e Anderson Moraes começaram a buscar apoio dos parlamentares para criar a CPI que pretende investigar a responsabilidade da Cedae pela água fornecida com cheiro, sabor e odor alterados. A informação foi antecipada pela coluna Radar nesta quarta-feira. São necessárias 24 assinaturas para protocolar o pedido quando a Alerj voltar aos trabalhos, na próxima terça-feira.

Dentro do governo, aliados de Witzel não admitem a mudança. Afirmam que Hélio Cabral, mesmo enfraquecido e com uma CPI no horizonte, continua no cargo. Cabral trabalhou como diretor financeiro da Cedae nos governos Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Deixou o posto após desavenças com o ex-presidente da empresa Wagner Victer. Antes disso, foi funcionário do BNDES de 1975 a 2003.

Ainda na gestão Pezão, Hélio Cabral atuou na negociação de um empréstimo de R$ 4 bilhões, a vencer em dezembro deste ano, junto ao banco francês BNP Paribas, dando a Cedae como garantia caso o governo fluminense não honre o acordo.

Hélio Cabral chegou à presidência da Cedae logo no início do governo Witzel, em 2019. Quatro anos antes, quando era membro do conselho diretor da mineradora Samarco, Cabral chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal e indiciado. Ele era suspeito de ter conhecimento do risco de rompimento da barragem de rejeitos e não tomar providências para evitar a tragédia que matou 19 pessoas em Mariana, Minas Gerais. Tornou-se réu em um processo por homicídio com dolo eventual, mas foi inocentado.

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