Aposta na tecnologia

São José dos Campos (SP) tem seis décadas de tradição em tecnologia de ponta, graças à presença de instituições como o ITA e empresas como a Embraer. Agora, a prefeitura local quer transformar a cidade em referência de tecnologia dentro da sala de aula: no mês que vem, começa a funcionar um projeto ambicioso de integração tecnológica envolvendo professores e estudantes, ao custo de 63 milhões de reais.

Funciona assim: o professor recebe um notebook, o aluno ganha um tablet e a sala de aula passa a ter um projetor interativo, que transforma o quadro convencional em uma grande tela de computador. Manejando uma espécie de mouse sem fio, o professor pode usar uma lista sem fim de programas que ajudam a ensinar todo o tipo de conteúdo. A ferramenta também permite controlar os tablets para obter um diagnóstico dos pontos fracos dos estudantes, tirar dúvidas e, o que é essencial, bloquear os aparelhos para manter a atenção dos alunos em sala.

O projeto inclui a criação de uma rede de cabos de fibra ótica e de antenas de internet sem fio, em fase final de implementação. Até agora, 380 docentes já foram treinados para lidar com o novo sistema. A primeira escola a participar do programa vai receber os projetores interativos logo após a Copa do Mundo. Até o fim do ano, a prefeitura promete levar o projeto a todas as escolas do 5º ao 9º ano. Os 20.000 tablets de dez polegadas que serão entregues aos alunos já foram adquiridos. Cada um custou pouco menos de 700 reais. Os professores receberam os notebooks no início do ano.

As mudanças na sala de aula devem facilitar a integração dos alunos às novas tecnologias. Mas a qualidade do conteúdo ministrado continua sendo o aspecto mais importante. E também nisso São José dos Campos está à frente, graças a quatro décadas de planejamento: a cidade tem três das dez melhores escolas do Estado, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Expedição VEJA, quilômetro a quilômetro