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‘Alívio muito grande’, diz brasileira em quarentena após resgate de Wuhan

Adrielly Eger conta que viagem até o Brasil foi tranquila, mas passageiros tiveram que passar por checagens de temperatura a cada 4 horas e usar máscaras

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 fev 2020, 18h34

Os aviões da Força Aérea Brasileira que resgataram os brasileiros que estavam em Wuhan, na China, epicentro dos casos do novo coronavírus, pousaram na manhã deste domingo, 9, em Anápolis, Goiás. Os 34 repatriados desembarcaram por volta das 6h da manhã, após cerca de 37 horas de voo, e agora ficarão em quarentena por 18 dias na cidade.

“Só de estar longe da situação de risco já sinto um alívio muito grande”, diz a VEJA a modelo Adrielly Eger, uma das brasileiras resgatadas pela operação. “Estamos todos muito felizes de termos voltado para o Brasil”.

A jovem de 18 anos conta que a viagem até o Brasil não seguiu os padrões de um voo convencional de avião, mas foi tranquila. “Tínhamos que usar máscaras o tempo todo, só podíamos tirar para comer”, diz. “A cada quatro horas tínhamos que trocar as máscaras e profissionais paramentados mediam nossa temperatura e faziam uso de álcool gel”.

Apesar dos procedimentos, Adrielly afirma ter descansado durante o voo. “O avião era muito confortável, tínhamos televisões individuais e foram servidas refeições”, relata a modelo, que é natural de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Quarentena

Os brasileiros repatriados passarão os próximos 18 dias em quarentena na Ala 2 da Base Aérea de Anápolis. O grupo foi dividido em suítes individuais, com exceção das famílias que foram autorizadas a ficarem juntas.

“Assim que chegamos fizemos uma coleta de exames”, conta Adrielly, uma das brasileiras que participou do vídeo de apelo para que o governo organizasse a operação. “Os exames serão repetidos depois de 7 dias e de novo depois de 14 dias pela última vez”.

Após os procedimentos de saúde, o grupo foi encaminhado para o local de alojamento. Os brasileiros foram recebidos com presentes de boas-vindas, que incluíram uma cesta de chocolates, lanches, cartas e brinquedos para as crianças.

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Brasileiros foram recebidos com presentes de boas-vindas em Anápolis (Instagram/Reprodução)

Além dos quartos, o perímetro dedicado aos repatriados conta com uma área de lazer com gramado, um playground e um refeitório. “Podemos circular livremente e conversar, mas sempre que estivermos fora dos quartos temos que usar as máscaras”, diz a modelo.

Segundo o governo brasileiro, os repatriados ainda terão acesso a biblioteca, filmoteca, brinquedoteca, atividades culturais, apresentação de bandas, jogos e videogames. Diariamente, o grupo será alimentado seis vezes: café da manhã, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.

A hospedagem em quartos individuais também contará com “facilidades” como internet, TV a cabo, frigobar, ventilador, telefone, lavanderia, copa 24h, máquina de gelo, geladeira e help desk. Os repatriados não podem receber visitas da família e apenas se comunicam com o mundo exterior pelo telefone.

“Posso dizer que vamos conseguir passar tranquilamente esse período de quarentena”, diz Adrielly. “Claro que não é o conforto da nossa casa, mas eles prepararam tudo da melhor forma possível. Somos muito gratos a todos que compartilharam nosso vídeo, ao governo que se mobilizou para nos retirar de Wuhan de forma segura e ao Estado de Goiás por nos receber”.

O centro da epidemia

Adrielly morava há três meses em Wuhan, quando foi surpreendida pela epidemia do novo coronavírus. Ela conta que estava prestes a se mudar da China para o Vietnã, onde iniciaria um novo contrato como modelo, quando a cidade entrou em quarentena e todos os aeroportos, estações de trem e estradas foram fechados.

“No mesmo dia que iria deixar a China e viajar para o Vietnã eles fecharam a cidade”, diz. “Até tentei sair pela rodovia, mas também não consegui”.

A modelo Adrielly Eger foi impedida de deixar a China por quarentena instaurada em Wuhan após epidemia do coronavírus (Arquivo pessoal/VEJA)

Muitas das cidades chinesas costumeiramente apinhadas de gente nas ruas se tornaram quase cidades-fantasma nas últimas duas semanas, desde que a epidemia do novo coronavírus começou. A China já registrou 813 mortos em todo o país pela doença e o vírus também se espalhou para pelo menos 27 países e regiões.

Assim que ficou sabendo da operação de resgate dos brasileiros em Wuham organizada pelo governo federal, Adrielly organizou seus pertences para retornar ao Brasil. “Meu contrato como modelo em Wuhan acabou e voltei com todas as minhas coisas”, diz. “Meu plano agora é ficar um pouco com a minha família depois que acabar a quarentena, mas futuramente quero voltar para outras cidades na China”.

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