É o que busca a centro-direita para encontrar sujeito, com votos, capaz de viabilizar união de muitos para livrar-se do Lula e do Coiso, ganhar a eleição de 2022 e encarar o inferno desenhado nesses tempos minions/gado. Missão quase impossível no país que, faz tempo, não cria, nem cultiva novas reais lideranças políticas, particularmente de centro-direita.
Quem se apresentará para resolver o imbróglio arrumado por esses mesmos que, agora, buscam saída? Unicórnios? O voto tem preço. Errado, não compra vacina, não mata a fome, não desenha futuro.
No cotidiano da pandemia, terceira via é o que buscamos nós humanos, mais mortais do que nunca, para escapar da armadilha corona/desgoverno. Doença e crises – política, econômica e social – são demais da conta até para os tementes a Deus.
Em 2020, a fome alcançou 19 milhões de brasileiros. Fome, desemparo e desalento são visíveis nas ruas do Brasil desorganizado e convulsionado.
Há medo da morte. Muito. Há medo de golpe de Estado, de rebelião. Ameaças repetidas e alardeadas por um presidente, que, despreparado para governar, aponta armas para a democracia.
A terceira via que buscamos não é eleitoral, é da urgência. É saída da crise sanitária, que já matou 333.153 brasileiros e registra 13 milhões de infectados pelo corona vírus – 10% dos casos do planeta terra.
Abril ameaça ser pior que março.
Difícil desenhar unicórnios, quando encaramos vias crucis.
Na primeira, lotamos dispensas, trancamos a porta da rua, sonhando fim próximo para a desdita. Embora a ciência dissesse o contrário, esperançávamos curta duração da pandemia.
Adiamos a vida de antes para dali a pouco e fomos aprendendo rotina nova do tudo feito em casa, com os da casa. Sem beijos, abraços, apertos de mão. Sem cinema, teatro, show, festa, restaurante, shopping.
De máscaras, mãos muito bem lavadas, álcool 70 em tudo, Oximetro no indicador, driblamos o medo. Vida que segue.
Nas telinhas dos smartphones, tabletes, computadores e TV maratonamos séries, filmes. Era a diversão possível. Houve um tsunami de memes e gifts. Um inferno de conselhos, rezas e análises de um sem número de especialistíssimos, ditando regras e abobrinhas. Os copie-e-cole e espalhe atormentaram as redes sociais.
Houve o conto da cloroquina, prescrita, comprada e distribuída pelo negacionista sem-máscara que ocupa cadeira de PR do Brasil e seus paus mandado. Houve a balela da ivermectina e até maluquices como fazer tratamento preventivo com antibióticos. O Ministério da Saúde trocou a ciência por um general pançudo e trapalhão. Estratégia zero, incompetência muita.
Quem pode, trancado, passou outono e inverno. Foi só a primeira via – crucis.
O vírus e as desgraças dele advindas não deram trégua. Mas sabe-se lá por que cargas d´água, o brasileiro – esse ser peculiar – decretou que, já na primavera, anteciparia o desbunde de verão. Que mal pode fazer uma praiazinha? Uma festona? Aglomerações para trocar ideias, taças e copos? Como o previsto, deu ruim.
A doença, mais mortal, mais espalhada, e, por isso mesmo, mais próxima, joga o país na segunda via – crucis. E dela queremos sair para a terceira via – essa da vacina, do respeito aos mortos, aos doentes, aos desamparados que, além do medo, passam fome.
Não dá para buscar unicórnios. O país da piada pronta perdeu a graça. Terceira via é juntar todo mundo para combater, agora, a desgraça que nos devora.
Em tempo: Lula e Coiso são polos opostos e muito distintos. Lula, com qualidades e defeitos, é gente. Coiso é o que mesmo?
Tânia Fusco é jornalista
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