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Além de ‘dar’ US$ 20 bi ao Brasil, como seria governo Biden?

Proposta para salvar florestas é uma bobagem, mas outros pontos do programa do candidato democrata devem ser avaliadas pelo valor de face

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 1 out 2020, 09h52 - Publicado em 1 out 2020, 08h04

Campanha é campanha, governo é governo. Todo mundo sabe disso.

E todo mundo também sabe que um presidente tem limitações, desenhadas justamente para controlar o executivo via os poderes complementares.

Por isso, muito do que Joe Biden propõe em seu programa dependerá, no mundo real, de manter a maioria democrata na Câmara e conseguir transformar os republicanos em minoria no Senado.

Em vários setores, as promessas de campanha serão fiscalizadas pelas próprias alas do Partido Democrata que se uniram como uma frente única para eleger Biden, mas não pretendem continuar como coadjuvantes.

A influência dessas alas criou uma plataforma bem à esquerda do que Joe Biden foi em toda sua vida política.

A seguir, alguns dos pontos mais importantes do programa do candidato.

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1- Protecionismo. Quem acha que Donald Trump rompeu os acordos, tácitos ou explícitos, do livre comércio não sabe o que Biden está prometendo.

Para começar, sobretaxa de 10% a bens e serviços produzidos no exterior, mesmo por multinacionais americanas.

Como ele defende reverter as políticas fiscais de Donald Trump, os 10% adicionais se somariam a taxas que dariam um total de  28%.

Os aumentos de impostos para empresas cobrem todo o vasto espectro das atividades econômicas, incluindo a taxa mínima de 15% sobre lucro financeiro.

Na era antes do coronavírus, a aceleração da economia e a redução do desemprego foram propiciadas pelo leque de alívios fiscais promovidos por Trump, concretizados em 2017 pelo pacote chamado de Tax Cuts and Jobs Act.

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Como é tradicional, governos republicanos procuram incentivar o espírito animal dos empreendedores, contando que os benefícios de uma economia pujante se espalhem por toda a sociedade, e os democratas aumentam os benefícios sociais para ter certeza que os menos favorecidos terão sua fatia de bolo.

A gastança prometida por Biden vai muito além dos programas sociais conhecidos, incluindo um sistema universal de saúde bem mais ambicioso do que o Obamacare, com custo estimado na casa das dezenas de trilhões de dólares.

2- Mais benefícios. A árvore que dá dinheiro terá que funcionar a plena velocidade para gratuidade nos dois primeiros anos de faculdade, um programa de incentivos empresariais para minorias no valor inicial de 30 bilhões de dólares, mais 300 milhões de dólares para “incentivar” serviços sociais que assumam algumas tarefas policiais.

Salário mínimo a 15 dólares por hora, possivelmente não nesse momento difícil para a economia, e empréstimos estudantis aos “dreamers”, na maioria jovens que entraram no país em situação irregular – seriam regularizados, claro.

Outro gasto potencial ao qual um governo Biden estaria aberto a discutir  seria um programa de indenizações a descendentes de escravos. Nem é preciso dizer como um assunto desses seria explosivo.

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3- Justiça criminal. O nobre objetivo de esvaziar as prisões deixou de ser conectado à queda da criminalidade, como Joe Biden defendeu durante toda sua carreira política.

O senador durão, que correspondia aos anseios do eleitorado com medidas como sentenças mínimas obrigatórias, mudou totalmente de rumo.

Sob influência das alas à esquerda do partido, seu programa defende abolir a pena de morte por crimes federais, eliminar o sistema de fianças, extinguir as penas obrigatórias, acabar com as penitenciárias privatizadas e zerar a ficha dos condenados por crimes ligados à maconha.

Pelo lado positivo, ele não defende a extinção das forças policiais como reivindicam os líderes dos violentos protestos raciais – por sinal, bem mais controlados no momento, o que permite supor que se impôs a prioridade da eleição de Biden – ou da derrota de Trump.

4- Mundo verde. O programa de governo de Joe Biden incorpora algumas propostas ambientais ensandecidas que a dupla Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez defendem, mas não chega a endossar o total desmantelamento da economia.

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Mesmo assim, a meta seria alcançar o nível zero de emissões de gás carbônico em 2050, um compromisso que a China, por exemplo, não assumiu. 

Para começar, um programa de 1,7 trilhão de investimentos em tecnologias limpas.

De imediato, os Estados Unidos voltariam aos Acordos de Paris e interromperiam matrizes energéticas como o carvão e o fracking, o fraturamento hidráulico para a extração de gás de xisto depositado em rochas sedimentares.

Os Estados Unidos atingiram a independência energética com o “liberou geral” de Trump – e sofreram as perdas que todos os produtores penaram quando a pandemia parou o mundo.

5- E o Brasil? Joe Biden diz desde a época dos debates para as eleições primárias que providenciaria os tais 20 bilhões. Em março, num debate com Bernie Sanders, explicou mais a ideia, na habitual linguagem enrolada: “Eu organizaria, no hemisfério e no mundo, para dedicar 20 bilhões à Amazônia para que o Brasil não queime mais a Amazônia para ter fazendas”.

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“Eles podem absorver mais carbono na Amazônia e na região que está pegando fogo agora do que nós emitimos em um ano, todo ano”.

Provavelmente estava falando em créditos de carbono.

Mas o que dizer diante da falta de proporção, de noção e de conhecimento dos temas envolvidos? 

Mandem os 20 bilhões mesmo assim e a gente vê o que faz com eles?

É melhor não dar ideias.

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