Em um editorial publicado terça-feira, a revista científica Nature, uma das mais importantes do mundo, reprovou a fabricação e a distribuição da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”, sem testes clínicos em humanos. A publicação também considerou pouco provável que a substância tenha efeitos estrondosos, como alguns pacientes acreditam.
A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida pelo Instituto de Química da USP de São Carlos e após uma decisão da justiça, passou a ser distribuída a pacientes com câncer, mesmo sem a comprovação científica dos benefícios da substância para a eliminação de tumores.De acordo com a revista, a liberação da substância pela justiça brasileira pode criar um precedente perigoso em relação à distribuição de compostos sem a comprovação da eficácia e dos efeitos reais em humanos. Outra preocupação levantada pelo texto é sobre relatos de pacientes que interromperam os tratamentos que estavam fazendo por medo que eles interferissem na ação da pílula.
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