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Substância contra câncer é liberada pela Justiça – mesmo sem comprovação científica

Após a liberação, pacientes com câncer e familiares fazem fila para receber cápsulas de fosfoetanolamina. Composto produzido pelo Instituto de Química da USP não foi testado em humanos

Por Da Redação
15 out 2015, 16h12

Pacientes com câncer e familiares formam enormes filas no Instituto de Química da Universidade de São Paulo, em São Carlos, para receber cápsulas de fosfoetanolamina, uma susbtância que supostamente trata vários tipos de câncer. A mobilização ocorreu após decisão do desembargador José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Na última sexta-feira, ele liberou a distribuição do composto aos doentes. A determinação foi baseada em uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), que autorizou a entrega das cápsulas a um paciente do Rio de Janeiro.

Não há, contudo, comprovação científica dos benefícios da fosfoetanolamina para a eliminação de tumores. Até agora, a substância só passou por estudos iniciais em células e em outros animais. Nunca foi testada em humanos. Para ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seria necessário passar por, pelo menos, três fases de estudos clínicos que avaliam a eficácia e segurança do composto.

A grande procura levou à distribuição de senhas. O temor de que aumente ainda mais o número de interessados fez a USP divulgar um comunicado. No texto, a instituição alega que não é indústria química ou farmacêutica e não tem condições de atender demanda em larga escala.

No mesmo comunicado, a reitoria da USP informa que a substância não é remédio e sugere que a propaganda da droga é obra de “exploradores oportunistas”. A reitoria disse ainda que as decisões judiciais serão cumpridas, mas que a universidade vai brigar para revertê-las.

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“A USP não desenvolveu estudos sobre a ação do produto nos seres vivos, muito menos estudos clínicos controlados em humanos. Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula”, afirma o documento.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Sociedade Brasileira de Oncolgia Clínica, Evanius Wiermann, disse que o caso pode ser resumido como uma loucura. “Os pacientes estão sendo feitos de cobaia sem garantia nenhuma de segurança ou de eficácia”, afirmou ao jornal.

(Da redação)

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