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Quando usar a corrida para fugir de problemas pode ser prejudicial

O escapismo encontrado em atividades físicas, mesmo quando recreativas, pode levar à dependência de exercícios entre os corredores

Por Diego Alejandro
6 fev 2023, 18h43

É sabido que a corrida recreativa pode trazer benefícios para a saúde física e mental, mas uma nova pesquisa sugere que fazê-la como uma forma de escapar dos problemas cotidianos pode levar à dependência do exercício, caracterizada por um comportamento incontrolável e excessivo que pode causar uma infinidade de problemas de saúde, como dores e lesões.

Especificamente, diz o estudo na revista Frontiers in Psychology, diferentes tipos de escapismo podem motivar as pessoas a correr recreativamente, mas usar a corrida para fugir de experiências negativas pode ser prejudicial em vez de desencadear os efeitos benéficos dos exercícios.

“O escapismo faz parte do cotidiano dos humanos, mas pouco se sabe sobre suas bases motivacionais, como afeta as experiências e seus resultados psicológicos”, diz Frode Stenseng, autor do estudo e professor de psicologia pedagógica na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. “Esse fenômeno é definido como ‘uma atividade, ou uma forma de entretenimento, que ajuda você a evitar ou esquecer coisas desagradáveis ou chatas’. Em outras palavras, muitas de nossas atividades podem ser interpretadas como escapismo”, explica.

Mas não há apenas uma forma de fugir dos problemas. O escapismo adaptativo, no qual as pessoas buscam experiências positivas para promover emoções positivas, é chamado de autoexpansão e tem maior probabilidade de resultar em um efeito positivo.

Por outro lado, o escapismo desadaptativo, no qual as pessoas evitam experiências negativas, é referido como autossupressão e pode tender a eliminar sentimentos positivos e negativos.

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“Essas duas formas de escapismo decorrem de duas mentalidades diferentes, para promover um humor positivo ou evitar um humor negativo”, disse Stenseng.

A equipe pediu a 227 corredores amadores que preenchessem questionários que analisavam três aspectos diferentes do escapismo e da dependência de exercícios: uma escala do fenômeno que media a preferência por autoexpansão ou autossupressão, uma escala de dependência de exercícios e uma terceira sobre satisfação com a vida, projetada para medir o bem-estar subjetivo dos participantes.

Eles descobriram que o escapismo de autoexpansão teve uma relação positiva com o bem-estar subjetivo, enquanto a autossupressão foi mais negativa e fortemente relacionada à dependência de exercícios em comparação com a primeira.

“Mais estudos são necessários para desvendar mais a dinâmica motivacional e os resultados do escapismo”, diz Stenseng. “Mas essas descobertas podem esclarecer as pessoas na compreensão de sua própria motivação e ser usadas em terapias para indivíduos que lutam com um envolvimento desadaptativo em suas atividades”.

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