A produção de alimentos terá de aumentar em 70% até 2050 para suprir a expanção da população mundial, alertou nesta segunda-feira a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). Caso não sejam adotadas medidas urgentes, a entidade previu que cerca de 370 milhões de pessoas poderão passar fome daqui a 40 anos.
A afirmação foi feita durante a abertura de um encontro de dois dias sobre a situação alimentar em 2050, quando a população mundial deverá ter passado dos atuais 6,7 bilhões para 9,1 bilhões. “O desafio não é apenas aumentar a futura produção global, mas aumentá-la onde há mais necessidade e por aqueles que mais precisam dela”, afirmou o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, segundo a agência Associated Press.
Em termos financeiros, a organização estima que os países pobres precisarão de 44 bilhões de dólares anuais em ajuda dos países em desenvolvimento. O montante é mais de cinco vezes superior aos atuais 7,9 bilhões de dólares desenbolsados por ano.
Entre os obstáculos, Diouf citou as mudanças climáticas, que ameaçam reduzir o potencial de produção em algumas regiões. Na África e na Ásia, por exemplo, secas e enchentes provocadas pelo aquecimento global poderão representar uma queda na produção de 30% e 21%, respectivamente. Para que isso não ocorra, Diouf disse que deve haver um “foco especial nos pequenos fazendeiros, mulheres e famílias rurais e o acesso dessas pessoas à terra, água e sementes de alta qualidade”.