Primeiro lote de vacina pediátrica contra Covid chega no dia 13 de janeiro
Imunizante da Pfizer vai chegar em três voos, totalizando 3,74 milhões de doses para janeiro
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 5, que as crianças de 5 a 11 anos foram incluídas no Plano Nacional de Operacionalização contra Covid-19 e começarão a ser vacinadas neste mês, mas o número de doses previstas para chegar em três lotes a partir de 13 de janeiro é de 3,74 milhões. A população pediátrica é estimada em quase 20 milhões. A pasta afirmou ainda que será recomendado que os pais busquem um médico antes de levar os filhos para a vacinação e que o intervalo entre doses será de oito semanas – e não de três.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, informou que as doses devem chegar em três voos nos dias 13, 20 e 27 de janeiro. No dia 14, as primeiras doses já estarão aptas para distribuição para estados e municípios. “O envio das doses será por critério populacional.” Ou seja, vai se basear no percentual da população infantil de cada localidade.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, serão necessárias 40 milhões de doses para fazer a imunização completa das crianças.
A exigência de prescrição médica não foi apresentada, mas foi recomendado que os pais busquem atendimento com um pediatra antes da vacinação.
“Trazemos recomendações. Que os pais, mães e responsáveis consultem um médico antes da aplicação da vacina, porque a criança está em pleno desenvolvimento e temos eventos adversos raros. Os pais e responsáveis devem estar presentes. Em caso de ausência, termo de assentimento”, afirmou Rosana Leite de Melo, secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde.
Outra sugestão é que sejam priorizadas as crianças com comorbidades e deficiências permanentes, as que vivem com pessoas com alto risco de desenvolver casos graves e que a campanha comece pelas crianças mais velhas.
O anúncio foi feito um dia depois da audiência pública com 18 especialistas que debateram o tema. Ela foi antecedida por uma consulta pública sobre a imunização infantil, que ficou aberta por 11 dias e somou quase 100 mil contribuições. A versão pediátrica da vacina da Pfizer foi autorizada para aplicação neste público no dia 16 de dezembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Após a decisão da agência, a situação ficou travada e Queiroga chegou a anunciar que a vacinação seria realizada mediante apresentação de prescrição médica e termo de consentimento dos pais ou responsáveis, mas o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou carta informando que os estados não cumpririam a exigência. Na consulta pública, a maioria foi contra exigir o documento, mas a favor de que crianças com comorbidades sejam priorizadas e que a vacinação não seja obrigatória.
Os principais representantes de sociedades médicas ligadas à pediatria e à imunização foram consultados pela Anvisa e se posicionaram a favor da vacinação. Nos Estados Unidos e na Europa, as crianças estão sendo vacinadas e estudos têm apontado que eventos adversos são raros.
As crianças vão receber 10 microgramas do imunizante, que corresponde a um terço da dose administrada para jovens acima de 12 anos. Um estudo com 2 mil crianças apontou que a vacina tem 90,7% de eficácia contra casos sintomáticos da doença.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) informou que quer vacinar o público pediátrico em três semanas e escolas estaduais serão utilizadas como postos de vacinação.
Abaixo, os números da vacinação no Brasil