Os diferentes impactos dos exercícios em meninos e meninas
Estudo norueguês analisou a relação entre atividade física e gordura corporal em crianças e adolescentes de ambos os sexos
A relação entre a prática de atividades físicas ao longo dos anos por crianças e a porcentagem de gordura corporal foi estudada por pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, que concluíram que os impactos são diferentes em meninos e meninas. A nova pesquisa, revisada por pares, foi publicada no International Journal of Obesity e divulgada nesta quarta-feira, 3. Segundo o grupo, a quantidade de gordura corporal impacta na realização de exercícios nos meninos, mas não altera o hábito em meninas.
Os cientistas analisaram crianças dos seis aos 14 anos a cada dois anos. “O aumento da gordura corporal em meninos levou a menos atividade física dois anos depois, quando eles tinham 8, 10 e 12 anos”, afirmou, em divulgação do estudo, a primeira autora do artigo Tonje Zahl-Thanem. Nas meninas, aumentar a prática de exercícios não resultou em menos gordura e esta não resultou em alterações na realização de atividades físicas.
Os pesquisadores apresentam uma série de motivos para justificar o achado, mas alertam que ainda são especulações. Em primeiro lugar, os garotos costumam ser mais ativos. Então, quando ocorre uma desaceleração, os resultados físicos são maiores. Outro dado é que as garotas, pela retrógrada pressão que sofrem por corpos perfeitos, acabam mantendo as atividades físicas ao notar a presença de gordura.
“A atividade física dos meninos é provavelmente ainda mais competitiva do que a das meninas, e mais gordura corporal dificulta o sucesso. Ambas as condições podem ajudar a explicar por que o aumento da gordura corporal leva a menos atividade física em meninos, mas não em meninas”, explica Lars Wichstrøm, professor do Departamento de Psicologia da universidade e coautor do estudo.
Outra diferença entre meninas e meninos é que, neles, o acúmulo de gordura leva ao sedentarismo no período de dois anos, o que foi observado em todas as faixas etárias estudadas. Isso não ocorreu entre as garotas, que não apresentaram mudanças em seu estilo de vida.