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Mortes de mulheres por consumo abusivo de álcool cresce no Brasil

Índice aumentou 7,5% em 2021 em relação a 2010; hospitalizações tiveram alta de 5% no sexo feminino, enquanto queda foi registrada em homens

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jul 2023, 12h03 - Publicado em 27 jul 2023, 12h02

O consumo excessivo de álcool que resulta em desfechos graves costuma ser atribuído a homens, mas o novo levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) aponta uma mudança de perfil. Dados de 2021, que foram comparados com números de 2010, mostram que houve um aumento de 7,5% de óbitos e de 5% nas hospitalizações entre mulheres, o que levanta preocupação entre especialistas. No sexo masculino, ocorreu o inverso: queda de 8% e 13%, respectivamente. O declínio também foi notificado na população geral, em mortes por bebidas alcoólicas por 100 mil habitantes, de 4,8% nas mortes e 8,8% nas internações.

“O aumento do consumo de álcool por mulheres tem despertado a atenção de profissionais de saúde mundialmente e a preocupação ganha maior relevância quando os dados indicam impactos cada vez mais significativos na vida de tantas mulheres, como no Brasil. Embora homens continuem sendo as maiores vítimas, é urgente a elaboração de medidas voltadas para a prevenção do uso nocivo de álcool pelas brasileiras”, comenta Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do CISA sobre os dados da quinta edição da publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2023.

As causas para o aumento de consumo abusivo de bebidas alcoólicas entre mulheres não estão definidas e isso é avaliado como um gargalo para a definição de estratégias que evitem o uso nocivo do álcool.

“Para avançarmos em políticas públicas, precisamos entender melhor por quais razões as mulheres estão bebendo de forma mais prejudicial e sensibilizá-las para esta conversa”, explica Mariana Thibes, socióloga e coordenadora da entidade.

Além de facilitar situações de risco, como dirigir alcoolizado e episódios de violência física e sexual, o abuso de álcool abre portas para doenças, como cirrose e acúmulo de gordura no fígado, inflamação no pâncreas, lesões gastrointestinais, doenças cardiovasculares, danos cerebrais e osteoporose. Também está associado a alguns tipos de câncer, como de boca, esôfago, laringe, estômago, fígado, cólon, reto e de mama.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há nível de consumo de bebidas alcoólicas considerado seguro. O Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos (NIAAA, na sigla em inglês)  recomenda que homens não bebam mais do que duas doses por dia e que as para as mulheres não bebam mais que uma dose diária. Uma dose corresponde a 10 gramas de álcool – no Brasil, o padrão é de 14 gramas, de acordo com o CISA -.

Redução após primeiro ano da pandemia

Após um pico de exagero nas doses em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o CISA detectou que 2021 teve redução no consumo perigoso de bebidas alcoólicas, mas ainda com necessidade de diminuição das internações.

Em relação às mortes, foi registrada queda de 2,3% (de 8.738 em 2020 para 8.539 em 2021). Ao todo, o álcool esteve associado a 69.054 mortes em 2021 (76,4% homem x 23,6% mulher). As internações subiram 2,5% na comparação com 2020 e 2021 registrou 336.407 hospitalizações (71%
homem x 29% mulher). “Para comparação, as hospitalizações por todas as causas no país cresceram 6,5%, no mesmo período”, informou, em nota, o CISA.

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