Molnupiravir será produzido no Brasil pela Fiocruz
Entidade e MSD firmaram acordo de cooperação para produção de primeiro antiviral oral contra a Covid-19 no país
Um dia após a autorização para uso emergencial do molnupiravir, medicamento da farmacêutica Merck – MSD no Brasil – contra a Covid-19 ser concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a empresa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmaram um acordo de cooperação tecnológica e o remédio será o primeiro antiviral oral contra a doença a ser produzido no país.
Com a parceria, que terá duração de dois anos, será feita a transferência de tecnologia para produção do fármaco, indicado para adultos na fase inicial da Covid-19 e que podem evoluir para formas graves da doença. O acordo prevê também estudos com o antiviral para doenças como dengue e chikungunya.
Antes de realizar toda a produção nacional do medicamento, a Fiocruz será responsável por todas as etapas para que o antiviral chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS), como armazenagem, rotulagem, testagem e fornecimento.
“A Fiocruz sempre esteve na vanguarda em tratamentos para diversos tipos de doenças. Além do avanço da vacinação de Covid-19 no país, podermos agora contar adicionalmente com um medicamento que contribui para a redução o número de pacientes com Covid-19 leve a moderado que progridem para doença grave, que certamente terá um forte impacto positivo no SUS e no enfrentamento à pandemia”, disse, em comunicado, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
Estudo apresentado pela farmacêutica, publicado no periódico The New England Journal of Medicine, com pacientes na fase inicial da doença apontou que a medicação é capaz de reduzir casos graves e mortes em 30%. O remédio é indicado para adultos que não estão hospitalizados e que podem evoluir para formas graves da doença. O prazo de tratamento, que não é indicado para gestantes e lactantes, é de cinco dias após o início dos sintomas.
No dia 30 de março, a Anvisa liberou o uso emergencial do antiviral oral contra a Covid-19 da Pfizer, o Paxlovid. O remédio é indicado na fase inicial da doença para pacientes com alto risco de evoluir para casos graves da doença. Estudos realizados pela farmacêutica apontaram que o remédio é capaz de reduzir os riscos de internação e morte em 89%. Pesquisas indicaram que o antiviral também é eficaz para a variante de preocupação ômicron.
No início do mês passado, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação do baricitinibe para o tratamento da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS).
Primeiro remédio contra a doença a ser incorporado no sistema, o remédio, de uso oral, é indicado para adultos hospitalizados que precisam de oxigênio por máscara ou cateter nasal e casos de necessidade de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. Estudos com 2,5 mil participantes, duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo, apontaram que o baricitinibe demonstrou potencial para reduzir a mortalidade no 28° dia do tratamento em 38%. O tratamento consiste em um comprimido por dia durante 14 dias ou até o paciente receber alta.