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Medicamento para artrite pode acabar com a calvície

Um remédio para artrite reumatoide conseguiu reverter a calvície causada por problema autoimune

Por Da redação
Atualizado em 5 fev 2021, 14h02 - Publicado em 19 out 2016, 16h42
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  • Um medicamento para artrite reumatoide pode ser a solução para acabar com a calvície. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Clinical Investigation Insight, pacientes com alopecia areata, uma doença auto-imune que provoca a queda de pelos, incluindo o cabelo, submetidos a um tratamento com  Xeljanz, prescrito para pessoas com artrite reumatoide, outra doença auto-imune, conseguiram recuperar o crescimento do cabelo. 

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    No estudo, pesquisadores das universidades de Stanford e Yale, ambas nos Estados Unidos, prescreveram um tratamento com Xeljanz para 66 pacientes com alopecia areata. Durante três meses os participantes tomaram duas doses por dia de 5 mg do medicamento. Após esse período, mais de 50% dos pacientes apresentaram crescimento do cabelo e um terço deles conseguiu recuperar mais da metade do cabelo perdido até então. Em outro estudo, dos 12 pacientes com o mesmo problema tratados com um medicamento similar aprovado para  câncer, nove recuperaram mais de 50% do crescimento do cabelo, segundo informações da rede americana CNN.

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    Segundo Brett King, professor assistente de dermatologia da Escola de Medicina de Yale e um dos autores do estudo, o Xeljanz parece funcionar ao frear o ataque do sistema imunológico aos folículos pilosos. Na pesquisa os investigadores conseguiram identificar também alguns genes que podem prever a resposta do paciente ao tratamento.

    “Há esperança agora que temos mais o que dizer aos pacientes além de ´compre uma peruca e vá fazer terapia´”, disse o pesquisador. Apesar dos resultados, King ressalta que ainda não é possível afirmar que esse método também seja eficaz no tratamento de tipos mais comuns de calvície nem se o crescimento de cabelo nos pacientes com alopecia areata vai durar.

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    Mike Thomas (nome fictício) é um desses pacientes. Em meados de seus 40 anos ele foi diagnosticado com alopecia areata e em pouco tempo ficou complemente careca, perdendo até mesmo as sobrancelhas e os cílios. Para Mike, isso foi devastador. Sempre que saía na rua as pessoas olhavam para ele e perguntavam se ele tinha câncer. “Trabalho no ramo imobiliário e sou ativo na minha comunidade, mas comecei a me afastar das pessoas. Ela afeta cada parte de sua vida. Fiquei muito deprimido e foi horrível.”, contou à CNN

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    Graças ao novo tratamento, em apenas sete meses Mike conseguiu recuperar a maior parte do seu cabelo e de seus pelos. “É incrível. Estou tão feliz de tê-lo de volta”, disse. Embora tenha voltado a crescer, o cabelo recuperado voltou com as características compatíveis com a de um homem de meia idade, ou seja, com algumas falhas e não estonteante como o de um homem aos 25 anos.

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    Esperança para a calvície comum

    Agora, os pesquisadores estão tentando uma nova solução para esse “problema” que, se der certo, poderá beneficiar homens com tipos mais comuns de calvícies, como a causada pela idade, por exemplo. O método proposto por King consiste em aplicar uma pomada contendo Xeljanz diretamente na cabeça dos homens com alopecia areata.

    A saída proposta pelos dermatologistas gera controvérsia e ceticismo. Para King, a pomada não surtirá efeito em calvícies relacionadas à masculinidade. Já Angela Christiano acredita que pode dar certo. A pesquisadora é coautora de um estudo que aplicou uma solução com Xeljanz na pele modificada geneticamente de camundongos para se assemelhar à pele de homens carecas. Na região onde a pomada foi aplicada, houve crescimento de pelos, enquanto do outro lado, não.

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    A autora ressalta que, apesar dos resultados, existem alguns desafios para repetir o sucesso do tratamento em humanos. Entre eles, as características da pele. Isso porque, em comparação com os camundongos, a pele humana é “muito mais espessa, oleosa e profunda. Além de ter uma camada de gordura” que dificulta a penetração adequada da pomada e precisa ser considerada para a preparação de “uma boa fórmula tópica”.

    Para King, ainda vai demorar um pouco para se descobrir um tratamento eficaz para a calvície comum. Isso porque, como é um problema considerado apenas estético – embora traga muitos problemas emocionais para quem o enfrenta – as empresas farmacêuticas  não investem muitos recursos no desenvolvimento de novos tratamentos, pois corre o risco das agências reguladoras não aprovarem dependendo dos efeitos colaterais associados.

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    Por isso, George Cotsarelis, dermatologista da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, está trabalhando com empresas relativamente pequenas no desenvolvimento de terapias com células-tronco para a calvície. “No final, acho que não vão haver várias maneiras de tratar a calvície masculina, e algumas vão funcionar fabulosamente bem em algumas pessoas e não tão bem em outras”, disse Cotsarelis à CNN.

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