Dieta rica em proteína pode encurtar a vida, diz estudo
Segundo pesquisa, pessoas abaixo de 65 anos que consomem muita proteína têm maior risco de mortalidade por câncer e diabetes
Por Da Redação
access_time
4 mar 2014, 18h02
Proteína animal pode elevar risco de morte em pessoas com menos de 65 anos (Thinkstock/VEJA/VEJA)
Uma dieta rica em proteína animal – ou seja, com muita ingestão de carne, ovos, leite e queijo – pode encurtar a vida de uma pessoa e ser tão prejudicial à saúde quanto fumar, concluíram pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. De acordo com esse estudo, o risco de mortalidade é maior em pessoas de até 65 anos.
A pesquisa se baseou nos dados de 6.831 adultos que haviam participado de um estudo nacional de saúde nos Estados Unidos. Os autores analisaram a relação entre hábitos alimentares e risco de morte entre os voluntários. As conclusões foram publicadas nesta terça-feira no periódico Cell Metabolism.
Leia também:
A receita da longevidade: sete atitudes para viver mais e melhor
Segundo os resultados, os participantes na faixa dos 50 anos que consumiam muita proteína (mais de 20% das calorias totais ingeridas no dia) tiveram um risco quatro vezes maior de morrer por câncer ou diabetes e o dobro de chance de morte por qualquer outra causa em um período de 18 anos em comparação com quem ingeria menos proteína.
No entanto, os pesquisadores perceberam que esses efeitos nocivos podem ser reduzidos – e até eliminados – quando a proteína consumida na dieta vinha principalmente de fontes vegetais, como do feijão e de leguminosas.
Diferença de idade – Os pesquisadores ainda descobriram que os efeitos da alta ingestão de proteína são inversos em pessoas com mais de 65 anos. De acordo com o estudo, quem come muita proteína nessa faixa etária pode reduzir em 28% o risco de morte por qualquer causa e em 60% o risco de morte por câncer em um período de 18 anos.
O estudo intensifica o debate em torno de dietas famosas que recomendam a ingestão de muita proteína e pouco carboidrato, mostrando que esse tipo de alimentação pode ter graves consequências à saúde a longo prazo.
Leia também:
Dieta rica em proteína animal aumenta risco de diabetes
Dieta rica em proteína e com restrição a carboidratos prejudica saúde cardíaca da mulher
Consumo ideal – Valter Longo, diretor do Instituto da Longevidade da Universidade do Sul da Califórnia, disse ao jornal britânico The Guardian que uma pessoa deve consumir até 800 miligramas de proteína para cada quilo de seu peso corporal. Ou seja, quem pesa 60 quilos deve ingerir, no máximo, 48 gramas de proteína por dia, o equivalente a um pedaço de frango. Segundo ele, a proteína deve representar entre 9% e 10% das calorias totais ingeridas num dia, e o ideal é que a maior parte seja de origem vegetal.
Como a pesquisa é observacional – ou seja, baseada em estatísticas, sem comprovar de que forma a proteína afeta o organismo – é preciso cautela na hora de interpretar os resultados. Outros estudos mais aprofundados, com pesquisas clínicas, ainda precisam ser feitos para comprovar essas conclusões.
-
1. Óleo de coco
zoom_out_map
1/7
(Thinkstock/VEJA/VEJA) O que promete: Consumir o óleo de coco, tanto em forma líquida quanto na de pílulas, antes das refeições aumenta a saciedade - ou seja, diminui a fome -, acelera o metabolismo e ajuda a perder barriga.
O que realmente provoca no organismo: Contém gordura saturada, que, em excesso, ajuda a aumentar os níveis de LDL, o colesterol ruim no sangue e o risco de doenças cardiovasculares.
Opinião do especialista: "O óleo de coco é uma grande enganação. É rico em gorduras saturadas, ou seja, em excesso faz mal, e não tem nenhuma dessas propriedades sobre as quais as pessoas vêm falando. É uma gordura como outra qualquer: pode ser consumida, mas também é capaz de engordar o indivíduo", diz Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autor do livro
Pontos Para o Gordo.
Saiba mais sobre o óleo de coco
-
2. Dieta detox
zoom_out_map
2/7
(Thinkstock/VEJA/VEJA) O que promete: Com o consumo apenas de alimentos desintoxicantes, como chás e sucos de limão e pimenta, promete eliminar as toxinas acumuladas no organismo e as gorduras excessivas do corpo.
O que realmente provoca no organismo: É prejudicial como qualquer dieta restritiva. Seguir um cardápio líquido, por exemplo, pode levar à perda excessiva de potássio e de outros minerais. Já uma dieta com índice calórico muito baixo pode ser responsável ainda por mudanças inesperadas no metabolismo, como o desequilíbrio nos níveis de insulina circulantes no sangue e a queima de carboidratos armazenados no fígado e nos músculos.
Opinião do especialista: "Não há prova científica alguma de que elas sejam benéficas, ou mesmo que funcionem", diz Donald Hensrud, endocrinologista da Clínica Mayo, nos Estados Unidos.
Saiba mais sobre a dieta detox
-
3. Dieta de Hollywood (da papinha)
zoom_out_map
3/7
(Stephanie Frey/Getty Images/iStockphoto/VEJA/VEJA)
O que promete: Consumir exclusivamente cera de 14 potes de papinha para bebês ao dia emagrece, já que os alimentos vêm batidos e são de fácil digestão. Tem esse nome pois foi seguida por diversas estrelas de Hollywood, como a atriz Jennifer Aniston.
O que realmente provoca no organismo: Pode emagrecer pelas baixas calorias, mas não fornece a quantidade necessária de nutrientes para um adulto, já que a papinha é dedica a crianças, e as quantidades certas são diferentes.
Opinião do especialista: "Pode causar desnutrição, problemas de mastigação, já que não exige o movimento e não fortalece o músculo", diz a médica Gláucia Carneiro.
-
4. Dieta da noiva
zoom_out_map
4/7
(Thinkstock/VEJA/VEJA)
O que promete: Durante dez dias, uma pessoa se alimenta exclusivamente por um tubo que contém uma mistura de água, proteína e gordura e pode chegar a perder dez quilos. A sonda vai do nariz ao estômago e o aparelho que bombeia a mistura deve ser levado com o indivíduo a todos os lugares. A pessoa consome, ao todo, 800 calorias ao dia com a mistura, que supostamente queima a gordura e mantem os músculos.
O que realmente provoca no organismo: Segundo Cíntia Cercato, a dieta leva ao emagrecimento a curto prazo por ser muito restritiva, mas não funciona a longo prazo já que não oferece uma reeducação alimentar. Além disso, não é balanceada e não fornece todas as vitaminas e minerais necessários em uma dieta, podendo causar problemas como fraqueza, constipação e queda de cabelo.
Opinião do especialista: “A dieta é fornecida por sonda, e só por isso já é inadequada, pois o indivíduo não usa uma função importante que é a mastigação. Segundo os defensores dessa dieta, ela é balanceada, mas sua mistura não vai conseguir suprir todas as necessidades por ser muito restritiva”, diz a médica Cíntia Cercato.
-
5. Dieta do vinagre
zoom_out_map
5/7
(Thinkstock/VEJA/VEJA)
O que promete: Como tem poucas calorias, não tem problema em ser consumido diariamente. Acredita-se que ingerir vinagre antes das refeições acelera o metabolismo, já que, supostamente, o ácido acético influi na termogênese.
O que realmente provoca no organismo: O vinagre, por ser muito ácido, pode provocar irritação na garganta e no estômago se consumido em excesso e, portanto, causando azia e dor de estômago.
Opinião do especialista: “Não tem nenhum sentido em achar que tomar vinagre antes das refeições ajuda a emagrecer e nenhuma evidência científica consistente mostrou isso. Essa dieta é uma bobagem”, afirma a endocrinologista Cíntica Cercato, membro da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-SP).
-
6. Óleo de canola
zoom_out_map
6/7
(Thinkstock/VEJA/VEJA)
O que promete: Como o óleo de coco, é uma gordura que ganhou fama de ser emagrecedora. Vem da colza, um grão canadense. Acredita-se que gera energia, acelera o metabolismo e proporciona perda de peso, além de aumentar a saciedade.
O que realmente provoca no organismo: Como qualquer gordura, se consumida em excesso aumenta o ganho de peso. Mas provoca saciedade por ser rico em energia, o que não significa que queima mais energia no corpo.
Opinião do especialista: “Não há comprovação científica para dizer que o óleo emagrece. Como qualquer outra gordura, deve ser consumida segundo as recomendações diárias, ou seja, até 30% de todas as calorias consumidas em um dia”, diz Gláucia Carneiro, endocrinologista do ambulatório de obesidade da Universidade Federal de São Paulo e membro da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-SP).
-
7. Limão
zoom_out_map
7/7
(iStockphoto/VEJA/VEJA)
O que promete: Ingerir limão pela manhã aumenta a saciedade durante o dia e, por aumentar a acidez no estômago, acelera o metabolismo, levando à rápida digestão e à perda de peso.
O que realmente provoca no organismo: Pode aumentar a saciedade e aumenta a acidez no estômago, mas isso não quer dizer que reduz o peso.
Opinião do especialista: De acordo com a endocrinologista Gláucia Carneiro, além de não emagrecer, o limão em excesso ou consumido em jejum pode provocar complicações como úlcera e gastrite.