Como uma rotina de exercícios influencia no tratamento do câncer de mama?
Estudo descobriu que atividade física diminui severamente o cansaço e mal-estar causado pela radioterapia
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres globalmente. Em 2020, foram estimados cerca de 2,3 milhões de casos no mundo. No Brasil, só em 2021, foram registrados 66.280 de novos diagnósticos para a doença, com um risco estimado de 61 casos a cada 100 mil mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer.
Uma das formas de tratamento do câncer de mama é a radioterapia, que pode causar fadiga e afetar negativamente a qualidade de vida das pacientes, incluindo seu bem-estar emocional, físico e social. Uma pesquisa da Edith Cowan University (ECU), no entanto, revelou que o exercício físico pode torná-la mais tolerável.
Em um estudo com 89 mulheres, os pesquisadores descobriram que aquelas que adotaram um regime de atividades físicas semanais, com uma ou duas sessões de treinamento de resistência e 30 a 40 minutos acumulados de exercícios aeróbicos, se recuperaram da fadiga relacionada ao câncer mais rapidamente durante e após a radioterapia, em comparação com o grupo que não praticou nenhuma atividade física.
“Um protocolo domiciliar pode ser preferível para as pacientes, pois é de baixo custo, não requer viagens ou supervisão pessoal e pode ser realizado no horário e local de escolha da pessoa”, disse Rob Newton, professor da ECU e supervisor da pesquisa. “Isso mostra que exercícios aeróbicos e de resistência em casa durante a radioterapia são seguros, viáveis e eficazes para acelerar a recuperação da fadiga relacionada ao câncer e melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde”, completou.
O estudo também descobriu que, uma vez que os participantes iniciavam um programa de exercícios, a maioria permanecia nele. Esse grupo relatou melhorias significativas na atividade física leve, moderada e vigorosa até 12 meses após o término do programa de exercícios supervisionados.