Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Brasil está sem teste que detecta tuberculose latente

Laboratório dinamarquês interrompeu a fabricação do exame, que detecta a doença em estágio inicial e assintomático

Por Da Redação
7 nov 2014, 09h04
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Brasil enfrenta a falta de teste para diagnóstico de tuberculose latente, aquela em estágio inicial, em que o paciente é assintomático. O problema ocorre porque o laboratório produtor dos kits, na Dinamarca, foi vendido e interrompeu a fabricação.

    Publicidade

    O governo brasileiro foi avisado no primeiro semestre, quando fazia a encomenda para o período de 2014/2015. O Ministério da Saúde está discutindo as alternativas: a compra de testes mais caros para grupos vulneráveis ou a transferência de tecnologia para fabricação nacional. Já há falta dos kits nos Estados.

    Publicidade

    O teste tuberculínico ou PPD (derivado de proteína purificada, na sigla em inglês) é um exame subcutâneo em que uma fração do bacilo de Koch, bactéria causadora da tuberculose, é injetada no braço. Se houver reação, indica que o paciente foi infectado. Ele, no entanto, ainda está assintomático e não transmite a doença. Nesse caso, inicia-se o tratamento preventivo da tuberculose, com apenas um medicamento – a tuberculose ativa é tratada com um coquetel de remédios.

    O exame é indicado para crianças menores de 5 anos que moram com pessoas contaminadas; para pacientes com baixa imunidade (HIV positivo ou portadores de doenças inflamatórias autoimunes, como artrite reumatoide, psoríase, doença de Crohn, que serão tratados com medicamentos imunossupressores); e profissionais de saúde.

    Publicidade

    Leia também:

    ​OMS: batalha contra a tuberculose ainda não foi vencida

    Publicidade

    Brasil atinge metas da ONU de combate à tuberculose, mas interrompe avanços

    Número de crianças com tuberculose pode ser 25% maior que o estimado

    Publicidade

    Em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, os kits acabaram em junho. “Esse não é um problema do governo brasileiro. Há dinheiro para comprar, mas não há quem venda. Agora, é discutir o que fazer, como substituir”, diz Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integrante do comitê técnico que assessora o Ministério da Saúde.

    Continua após a publicidade

    “A recomendação do Ministério da Saúde em caso das crianças é radiografá-las. Se não estiverem doentes, e conviverem com pessoa com tuberculose, deve-se iniciar o tratamento profilático”, explica ela. Segundo Margareth, no caso de pacientes com HIV e doenças inflamatórias autoimunes, a “decisão é mais complexa”. “Para esses grupos de maior risco, sem dúvida seria desejável que tivéssemos acesso ao PPD ou a outros tipos de testes.”

    Publicidade

    Opções – Nos Estados Unidos, o PPD foi substituído pelo Igra (ensaios de detecção de interferon gama em sangue, na sigla em inglês), exame mais caro, o que dificulta a compra em larga escala. “Esse exame está disponível em laboratórios privados. É caro. Há a sugestão de que testes Igra sejam incorporados ao Programa de Controle da Tuberculose, mas isso depende de estudos econômicos. Outra sugestão é que a tecnologia de produção do PPD seja transferida para algum laboratório brasileiro”, afirmou.

    O presidente da Sociedade de Pneumologia do Rio de Janeiro, Domenico Capone, criticou a demora por uma solução. “Esse rastreamento é fundamental porque dá o panorama da tuberculose e inclusive ajuda a excluir outras doenças. A resposta do Ministério da Saúde precisa ser rápida”, defendeu.

    Em nota, o Ministério da Saúde afirma que o teste PPD “é um exame complementar aos principais métodos de diagnóstico laboratorial da doença, que são baciloscopia, exames clínicos e de raio X”. Segundo a pasta, “a rede pública está abastecida com estes diagnósticos. Além disso, o Brasil já oferece o teste rápido de tuberculose, sendo um dos primeiros do mundo a implementar este método de diagnóstico A falta do exame PPD é mundial.”

    Continua após a publicidade

    (Com Estadão Conteúdo)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.