Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Alzheimer: descubra quais são os principais fatores de risco no Brasil

Estudo da USP mapeou o impacto do modo de vida no declínio cognitivo dos brasileiros

Por Diego Alejandro
Atualizado em 13 jul 2023, 18h08 - Publicado em 13 jul 2023, 07h42

A genética não é o único fator associado à demência. Há muitos outros, conhecidos e ainda não compreendidos, que podem aumentar o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa.

No Brasil, a baixa escolaridade combinada à hipertensão e a perda auditiva são os principais fatores modificáveis, contribuindo para 22% dos casos.

O número é a conclusão de estudo inédito liderado pela Universidade de São Paulo (USP), que mapeou o impacto do modo de vida no declínio cognitivo dos brasileiros.

Por serem “modificáveis”, o trabalho também revela que quase metade dos casos de demência no Brasil (48,2%) poderia ser prevenida ou, pelo menos, ter seu início retardado com o controle de 12 condições reconhecidamente associadas tanto ao Alzheimer quanto ao declínio cognitivo em geral: os três principais já citados, além de obesidade, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesões traumáticas no cérebro, sedentarismo, depressão, tabagismo, isolamento social e exposição ao ar poluído.

O baixo nível educacional (considerando oito anos de estudo ou menos) é o principal fator modificável de declínio cognitivo no país, estando associado a 7,7% dos casos, seguido da hipertensão (7,6%) e da perda auditiva (6,8%).

Continua após a publicidade

No entanto, nas regiões mais ricas do Brasil e entre os brancos, há uma inversão: a hipertensão é o principal fator, vestígio da desigualdade social assombrosa. Nos países desenvolvidos, os fatores de maior peso são perda auditiva, baixa educação e tabagismo.

“Sabemos que é impossível abolir todos esses fatores de risco do ponto de vista de saúde pública, mas, quanto mais reduzirmos esses aspectos, mais casos de demência conseguiremos prevenir”, disse a geriatra da USP Claudia Suemoto, uma das líderes do trabalho. “O estudo mostra que há um grande potencial para prevenção da demência no Brasil”, complementa.

Sua equipe usou os dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento no Brasil (ELSI-Brasil), que reuniu 9.412 participantes com idade média de 63,6 anos, estratificados por região onde vivem, nível socioeconômico e raça.

Reserva cognitiva

As condições que elevam o risco cardiovascular, como hipertensão, obesidade, diabetes ou tabagismo, estão associadas à demência porque aumentam o risco de cortes à circulação cerebral e parecem promover a deposição de proteínas anômalas associadas à doença de Alzheimer.

Continua após a publicidade

Por outro lado, estímulos cognitivos, como a educação, principalmente na primeira infância, promovem a chamada neuroplasticidade, resultando na formação de novos neurônios e numa maior conexão entre eles. “Isso leva a uma maior reserva cognitiva”, explica Suemoto.

A capacidade auditiva, por sua vez, desempenha um papel importantíssimo na recepção de estímulos pelo cérebro.

Calcula-se que haja 57 milhões de pessoas com demência no mundo. E esse número deve crescer mais de 200% até 2050. No Brasil, estima-se que existam 1,2 milhão casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.