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A alimentação é o segredo da longevidade japonesa?

O Japão tem o maior número de centenários do mundo: 48 em cada 100 mil pessoas; estudos recentes evidenciam o papel da comida neste recorde

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 jul 2021, 22h41

O Japão tem o maior número de centenários do mundo: 48 em cada 100 mil pessoas no país alcançam um século de vida. No entanto, a longevidade japonesa não é novidade. Há muito tempo este povo é conhecido por isso. Por outro lado, o segredo dessa resistência ainda é desconhecido.

Nos últimos anos, especialistas se debruçaram em pesquisas para tentar entender o que os japoneses têm que falta no resto do mundo, segundo informações da BBC. A alimentação apareceu como uma das possibilidades. Sabe-se que a dieta mediterrânea, por exemplo, está por trás da alta expectativa de vida e níveis de bem-estar da Itália e da Grécia.

Benefícios

Uma revisão recente de 39 estudos que investigaram a conexão entre a dieta japonesa e a saúde concluiu que a alta ingestão de frutos do mar, vegetais, soja e seus derivados, como shoyu (molho de soja), arroz e sopa de missô, está associado a redução de mortes por problemas cardíacos e da mortalidade em geral, segundo informações da BBC. Por outro lado, não houve conexão com doenças específicas como o câncer.

Em outro estudo, uma equipe da Universidade Tohoku, em Sendai, Miyagi, mostrou que ratos alimentados pela dieta japonesa tinham níveis mais baixos de gordura no abdômen e no sangue, em comparação com animais que receberam uma dieta típica americana. Vale ressaltar que ambas as dietas tinham a mesma quantidade de gorduras, proteínas e carboidratos.

De acordo com os autores, isso sugere que as fontes desses nutrientes – carne versus peixe, arroz versus trigo, por exemplo – são importantes para o resultado. Por fim, uma análise, feita pelo mesmo grupo, avaliou qual dieta tradicional japonesa tem maior impacto na longevidade. Isso porque com o passar dos anos, a alimentação no Japão se tornou mais próxima da ocidental, em especial em grandes cidades.

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Os resultados mostraram que a alimentação típica de 1975 estava associada à redução do risco de diabetes e doenças ligadas à gordura no fígado. Essa dieta era particularmente rica em algas e frutos do mar, legumes, frutas e temperos fermentados tradicionais e, em geral, tinha uma grande variedade de alimentos, sem excesso de açúcar. A alimentação também aumentou a expectativa de vida, com melhor memória e menos deficiências físicas.

Experimentos em humanos mostraram que a dieta de 1975 foi mais benéfica para a perda de peso, nível de colesterol e forma física de adultos obesos, em comparação com a alimentação atual do país. A equipe acredita que os microbiomas das pessoas podem ser um dos fatores que estimula esses efeitos.

O segredo

Além da fonte alimentar em si – algas e frutos do mar, legumes, frutas e temperos fermentados tradicionais -, os pesquisadores acreditam que a forma de preparo das refeições impacte diretamente nos resultados. Para começar, a dieta típica da década de 1970 é composta por vários pequenos pratos, o que proporciona uma variedade de sabores. Além disso, os ingredientes são mais frequentemente cozidos no vapor ou fervidos. Frituras são raras. Também há pouca adição de sal e açúcar.

Em suma, é provável que os benefícios da dieta japonesa para a longevidade esteja associado não só às escolhas dos alimentos, mas à variedade e à forma como são preparados. A boa noticia é que essas são mudanças que podem ser facilmente incorporadas à alimentação de qualquer pessoa, até daquelas que torcem o nariz para algas e peixe cru.

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