Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Toffoli banca juiz de garantias e afirma que medida não irá criar gastos

Presidente do STF diz em sessão do CNJ sobre o tema que a nova figura judiciária garante a ‘imparcialidade’ da Justiça e um ‘avanço civilizatório’

Por Da Redação 3 jan 2020, 19h49

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse nesta sexta-feira, 3, que a criação do juiz de garantias não irá resultar em mais gastos para o Poder Judiciário. “Se criou a ideia de que aumenta o custo, não é o caso”, disse durante a primeira reunião do Grupo de Trabalho criado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por ele, para discutir a implementação da medida.

O juiz de garantias foi instituído pela lei do pacote anticrime sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 24 de dezembro do ano passado, mesmo com a contrariedade do ministro da Justiça, Sergio Moro. A iniciativa foi incluída no projeto por uma emenda do deputado oposicionista Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Com a mudança, que passa a valer 30 dias após a sanção, ojuiz de garantias deve atuar na fase de instrução de um inquérito criminal, decidindo, por exemplo, sobre medidas como quebra de sigilo, prisão temporária de investigados e aceitação da denúncia, enquanto outro juiz fica a cargo de instruir a ação penal e proferir a sentença.

Segundo Toffoli, não deve ser necessário criar cargos para juízes, mas somente remanejar as funções e a estrutura já existentes em todo o Brasil. “O trabalho já existe, você não está aumentando o trabalho, é uma questão de organicidade interna”, avaliou. “Não tem que aumentar estrutura, não tem que aumentar prédio, não tem que aumentar servidores, não tem que aumentar juízes”. O ministro afirmou ainda que a figura do juiz de garantias garante a “imparcialidade” da Justiça e repetiu expressão do colega Celso de Mello, ao dizer que a medida representa um “avanço civilizatório”.

O custo de implementação da medida é um dos argumentos apresentados nas três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que contestam no STF a inovação judiciária: uma proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); outra pelos partidos Podemos e Cidadania; e uma terceira pelo PSL. “Não houve qualquer estudo prévio de impacto econômico, orçamentário e organizacional desse novo órgão jurisdicional em toda a Justiça brasileira”, escreveu o advogado Arthur Rollo em nome do PSL, numa das ações.

O relator das ADI’s, nas quais se pede uma liminar (decisão provisória) pela suspensão imediata da medida, é o ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF. Entretanto, durante o recesso e na condição de presidente da Corte, Toffoli encontra-se responsável pelo plantão judicial até 20 de janeiro, e pode decidir sobre o assunto a qualquer momento, caso julgue necessário.

Continua após a publicidade

Falta juiz

Um dos principais argumentos dos críticos da medida é que em muitas comarcas do país há a atuação apenas de um único juiz, o que inviabilizaria o remanejamento dos trabalhos e exigiria a criação de um novo cargo e a lotação de mais um magistrado para cada uma dessas localidades, onerando os cofres públicos.

No Twitter, Moro destacou que em 40% das comarcas brasileiras há apenas um juiz. Segundo dados do CNJ apresentados nesta sexta-feira, ao menos 19% das varas judiciais do país possuíam apenas um juiz atuante ao longo do ano de 2018, último com dados disponíveis consolidados.

Em entrevista a VEJA, publicada na edição desta semana, o deputado Marcelo Freixo criticou esse argumento. “Se há locais com população greande e um magistrado para todos os casos, então é preciso rever a estrutura do Judiciário para que isso não ocorra. Não é um problema do juiz de garantias”, disse.

(Com Agência Brasil)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.