Em evento com empresários nesta terça-feira em São Paulo, o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, afirmou que seu único adversário na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes é Geraldo Alckmin, do PSDB, que busca a reeleição. Padilha mirou sua artilharia no tucano e ignorou Paulo Skaf, do PMDB, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, com 21% da preferência do eleitorado – o petista patina com 3%.
Ao mirar em Alckmin, Padilha reforça uma estratégia definida em reunião na última sexta-feira, da qual participou do ex-presidente Lula, patrono de sua candidatura: poupar Skaf, que será usado como trampolim no Estado pela presidente Dilma Rousseff, que enfrenta desgaste no maior colégio eleitoral do país. Dilma já chegou a dizer a peemedebistas que possui dois candidatos de sua base de governo em São Paulo.
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Padilha afirmou que o governo do PSDB está “acomodado”, e que a administração “não se modernizou para enfrentar o século XXI”. O petista falou por cerca de uma hora durante seminário promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, na capital paulista. O ex-ministro proferiu a palestra “Um Programa de Governo para São Paulo”.
Sobre Skaf, afirmou apenas: “Não fico lendo programa de governo ou falas de outros candidatos. Nosso único adversário é o atual governador e a nossa é a única coligação que tem condições, história, relação política e compromisso com as pessoas que mais precisam”. Ao se referir a Alckmin diretamente, pesou o discurso: “Depois que Alckmin sair do governo, o que deve ocorrer em breve, deveria voltar a trabalhar com acupuntura”. Formado em medicina, o governador de São Paulo chegou a fazer curso de acupuntura.
O petista atacou diretamente projetos que se tornaram marcas do governo tucano, como o Poupatempo. Disse que o programa, assim como a administração do PSDB, é do século passado e precisa ser modernizada. “Nós queremos implantar o Poupatempo Online, que otimize a criação de empresas em apenas 6 horas”, afirmou.
Padilha afirmou ainda ter “orgulho de ter servido” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff. “Tenho a felicidade de ter Dilma como presidenta e o Lulinha solto aqui como cabo eleitoral em São Paulo”. Questionado por um dos empresários presentes sobre a razão de destacar mais os feitos do ex-presidente do que os de Dilma, Padilha afirmou que “não há essa separação”. “Costumamos dizer que Lula e Dilma são ‘marmorizados’, podem tentar separar, mas não tem jeito”, afirmou, destacando que é otimista em relação à reeleição de Dilma.
O ex-ministro teve ainda que responder a diversas questões sobre a avaliação negativa de seu correligionário o prefeito Fernando Haddad e o possível impacto na sua candidatura. Padilha defendeu o companheiro de partido e disse que “os temos e os enfrentamentos que o Haddad trouxe vão ajudar a nossa candidatura a trazer propostas para o Estado”. “Espero que ele seja um grande prefeito e ele será”, afirmou.
Como fez em outros momentos do debate, Padilha voltou a usar a Copa do Mundo como exemplo e acabou criando uma saia justa quando falou da administração de Fernando Haddad. O ex-ministro citou o jogo entre México e Holanda, em que o time europeu ganhou de virada no final, e disse que “ninguém pode julgar time nos 38 minutos de partida”. Nesse momento, o anfitrião do encontro, o empresário João Doria Junior, o interrompeu e disse que “em 38 minutos o Brasil já tinha tomado cinco gols”, em referência à derrota brasileira para a Alemanha por 7 a 1, provocando risos da plateia de empresários. “Mas aí é um caso excepcional”, concluiu Padilha.
(Com Estadão Conteúdo)