Lula cobra empenho de prefeitos do PT na campanha de Padilha
Após almoço com ex-presidente, petistas recomendam evitar embate com Paulo Skaf (PMDB), que será o segundo palanque de Dilma na eleição em São Paulo
O ex-presidente Lula cobrou nesta sexta-feira o engajamento dos prefeitos petistas da Grande São Paulo na campanha do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo do Estado. Lula almoçou com Padilha, seu escolhido para tentar desalojar o PSDB do Palácio dos Bandeirantes, e mais onze prefeitos do partido na casa de Luiz Marinho, que administra São Bernardo do Campo, berço político do ex-presidente e do PT. Da reunião, saiu a avaliação de que Padilha deve poupar o candidato do PMDB, Paulo Skaf.
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Adversário de Padilha, Skaf será usado como trampolim no Estado pela presidente Dilma Rousseff, que enfrenta desgaste no maior colégio eleitoral do país. Dilma já chegou a dizer a peemedebistas que possui dois candidatos de sua base de governo em São Paulo.
“A campanha da Dilma vai trabalhar os dois palanques. É importante ter consciência disso”, afirmou Marinho, afilhado político de Lula e um porta-voz informal do ex-presidente no PT. “O que nós temos clareza na campanha é que não podemos brigar entre os dois palanques, porque, muito provavelmente, esses dois candidatos terão de estar juntos no segundo turno. Não vamos quebrar pontes com Skaf, não vamos quebrar possibilidades. E [vamos] somar no segundo turno.”
Segundo Marinho, Lula pediu que os prefeitos orientem os militantes a não “atropelar fases” da campanha. Nas pesquisas de intenção de voto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lidera com 44%, contra 21% de Skaf e 3% de Padilha.
“Nós sabemos que vamos sofrer enquanto não tiver campanha no horário eleitoral na TV. Temos uma limitação que é a ausência de conhecimento de Padilha no Estado. A televisão é que vai garantir conhecimento em massa. Temos que passar tranquilidade aos dirigentes e para baixo para controlar ansiedade nas pessoas. Vamos crescer a partir do horário eleitoral”, disse Marinho.
Questionado sobre Skaf, Padilha repetiu nesta sexta-feira que “o único adversário do PT é o atual governador [Geraldo Alckmin, PSDB]”.
Estratégia – O almoço com Lula também serviu para organizar a estratégia eleitoral na Região Metropolitana de São Paulo e agendar os próximos atos de campanha. No dia 18, Lula fará uma caminhada com Padilha, ministros e parlamentares petistas na Praça da Sé, centro da capital paulista. A campanha tenta trazer a presidente Dilma Rousseff, mas ela não deve ir.
À noite, Padilha fez seu primeiro ato público de campanha. Antes de participar da cerimônia de filiação de líderes do Sindicato dos Metalúrgicos ao PT, ele improvisou uma caminhada no centro de Santo André para fazer corpo a corpo com eleitores. Luiz Marinho e o prefeito da cidade, Carlos Grana, ciceronearam o candidato, anunciando Padilha em uma pequena caixa de som móvel. Segundo Grana, Lula afirmou que a reeleição de Dilma e a de Padilha “é uma questão de classe”. “Ele nos deu como tarefa ‘colar’ o Padilha nesse eleitorado tradicional do PT”, disse Grana.