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Em SP, campanha começa sem a polarização PSDB-PT

Com um arco de aliados mais forte do que o obtido por Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaf (PMDB) desponta como principal opositor de Alckmin (PSDB)

Por Felipe Frazão e Bruna Fasano
6 jul 2014, 11h14

A corrida pelo Palácio dos Bandeirantes tem início oficialmente neste domingo com um cenário que o eleitor paulista não via há pelo menos doze anos. Pela primeira vez nesse período, a eleição no Estado começa sem a tradicional polarização entre PSDB e PT. Com um arco de aliados mais forte do que o obtido pelo candidato petista Alexandre Padilha, o nome do PMDB na disputa, Paulo Skaf, aparece nas pesquisas de intenção de voto como principal adversário do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta a reeleição. O mais recente levantamento do Datafolha, divulgado em 7 de junho, indica que Alckmin tem 44% das intenções de voto – e venceria no primeiro turno -, seguido por Skaf, com 21%. Padilha patina com 3%.

Desde 2002, os tucanos têm como principal rival no Estado um candidato do PT. Naquele ano, o ex-presidente Lula conquistou seu primeiro mandato no Palácio do Planalto e seu partido passou a ocupar em São Paulo um espaço que, na década de 1990, era do ex-prefeito Paulo Maluf (PP). O próprio Alckmin, ainda que em tom de brincadeira, já reconheceu o novo quadro: “Se você verificar, há uns dez, quinze anos, a disputa nunca foi polarizada entre PSDB e PT, mas entre PSDB e Maluf. De repente, estamos voltando”, afirmou na última quarta-feira.

Presidente licenciado da Federação de Indústrias do Estado (Fiesp), Skaf entra na disputa com um trunfo: terá o maior tempo de televisão – 5 minutos e 37 segundos. Para isso, conseguiu tirar o PP, de Maluf, do barco petista na última hora e ganhou a adesão do PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. Alckmin terá 4 minutos e 46 segundos na propaganda de TV, e Padilha, 4 minutos e 10 segundos. A debandada colocou Maluf e Skaf na mira da artilharia de Padilha, segundo quem o peemedebista passou a representar o “campo político dos ex-governadores” – também participam do palanque de Skaf Cláudio Lembo (PSD) e Fleury Filho (PMDB).

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Nacional – Para Alckmin, a disputa começa com Skaf como alvo principal. Segundo tucanos, o partido tentará circunscrever a disputa, ao menos na primeira fase, a tentar carimbar Skaf como um “plano B” do PT para tentar derrotá-los. A presidente Dilma Rousseff já disse que considera o peemedebista um de seus candidatos no Estado. Para o PT e o ex-presidente Lula, o desempenho de Skaf será fundamental para desalojar os tucanos do Palácio dos Bandeirantes. Skaf, por enquanto, procurou manter distanciamento da figura de Dilma.

O PMDB planeja promover dez encontros regionais por São Paulo – com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores – para divulgar a imagem Skaf junto ao vice-presidente Michel Temer. “O Michel vai percorrer o Estado com Skaf e será a presença da aliança nacional na nossa campanha”, afirmou o deputado estadual Baleia Rossi. Ele argumenta que Skaf ainda tem potencial de crescimento, mas espera uma melhora de Padilha quando a propaganda eleitoral entrar no ar no rádio e na televisão – a partir de 19 de agosto. “Esperamos que o Skaf chegue rápido a 30%. Ele vai aumentar o nível de conhecimento e crescer entre os indecisos”, disse. “Mas não podemos subestimar o PT. A tendência é o Padilha crescer, mas ele deve crescer na ‘gordura’ do Alckmin. É natural o governador do Estado estar um pouco ‘inchado’ porque exerce mandato.”

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Estacionado nos 3% de intenção de voto depois de percorrer 126 cidades do Estado em caravana de ônibus, Padilha deve agora concentrar seus primeiros atos de campanha na Região Metropolitana de São Paulo. As “franjas” das grandes cidades são os redutos eleitorais petistas – o partido administra as maiores cidades do ABC Paulista, por exemplo. O PT também tradicionalmente obtém votações mais expressivas no extremo Oeste do Estado e no Vale do Ribeira. Mas Padilha ainda precisa atrair o eleitorado tradicional do partido para alavancar a tímida preferência registrada nas pesquisas. Para isso, prega a estratégia do embate contra os tucanos: “Nosso único adversário é o PSDB no Estado de São Paulo”. Lula já prometeu que viajará ao lado do afilhado político, estratégia considerada uma das formas de salvar a campanha. Padilha também espera a adesão de lideranças petistas do Estado, como os ministros Marta Suplicy (Cultura) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). Até mesmo o senador Eduardo Suplicy (PT), que tentará a reeleição, foi recrutado na reta final para a campanha – o senador é popular entre militantes do partido, embora sua quarta candidatura seguida ao Congresso seja questionada internamente. Por outro lado, o PT ainda não sabe que estratégia adotará para buscar votos na capital sem associar Padilha à imagem desgastada do prefeito Fernando Haddad, cuja gestão é aprovada por apenas 17% dos paulistanos.

“O maior cabo eleitoral nesse Estado é o presidente Lula. Esta coligação terá o presidente Lula desde o começo e não vai esconder a presidente Dilma, do início ao fim”, afirmou Padilha na semana passada.

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