O presidente Jair Bolsonaro desembarcou, nesta quinta-feira 27, em Osaka, no Japão, onde participará da cúpula dos líderes dos G20, organização que reúne as 20 principais economias do mundo, entre os dias 28 e 29. Em uma de suas primeiras declarações no país, Bolsonaro, indagado por jornalistas, rebateu as críticas da chanceler alemã Angela Merkel, que se disse preocupada com o desmatamento no Brasil.
“Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui”, declarou o presidente brasileiro.
Nesta quarta, Merkel reprovou as políticas ambientais do governo de Bolsonaro. “Assim como vocês, vejo com grande preocupação a questão das ações do presidente brasileiro [em relação ao desmatamento] e, se a questão se apresentar, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele”, afirmou a chanceler.
A agenda de Bolsonaro em Osaka inclui encontro com o príncipe saudita Mohammed Bin Salman, líder sob investigação das Nações Unidas, que encontrou “provas confiáveis” de sua responsabilidade pelo assassinato e desaparecimento do corpo do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul, em outubro de 2018. O presidente brasileiro também acompanhará um evento sobre empoderamento feminino durante a visita ao Japão.
Nesta sua primeira participação no encontro das vinte maiores economias do mundo, Bolsonaro também concordou em encontrar-se com o presidente da França, Emmanuel Macron, horas antes de embarcar para Osaka. O Itamaraty informou que todas as reuniões bilaterais que se darão em paralelo ao G20 foram solicitadas pelos chefes de Estado dos outros países. Bolsonaro não pediu nenhum encontro.
Estão confirmadas suas conversas paralelas com Xi Jinping, da China, Narendra Modi, da Índia, Lee Hsien-Loong, de Singapura e Bin Salman. O brasileiro pretende incluir na sua agenda uma reunião bilateral com Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul recém-reeleito. Os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, estão fora de seu horizonte, assim como Abe.