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MP ‘aterrorizou’ assessora de Flávio que confessou rachadinha, diz Queiroz

Luiza Souza Paes é filha de um amigo do suposto operador da rachadinha no gabinete do Zero Um de Jair Bolsonaro e foi essencial para corroborar provas do MP

Por Caio Sartori, Sofia Cerqueira Atualizado em 22 mar 2022, 10h19 - Publicado em 22 mar 2022, 07h00

Uma das provas mais contundentes da investigação sobre a “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quando ele era deputado estadual é o depoimento da ex-assessora Luiza Souza Paes, que confessou a existência dos desvios. Aos promotores, a filha de um amigo de longa data de Fabrício Queiroz, denunciado como operador dos desvios, revelou que devolvia ao então faz-tudo do clã 90% do que recebia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Na entrevista que concedeu a VEJA na semana passada, Queiroz foi questionado se a confissão dela não tornava difícil alegar que não existia o esquema no gabinete do filho Zero Um de Jair Bolsonaro. Em resposta, evitou falar do teor do depoimento e disse que a mulher teria sido “aterrorizada” pelo Ministério Público fluminense. 

“Coitada… O MP queria levar a Luiza a força para depor. Na primeira vez que chegou a intimação para ela, o pai me ligou feito louco. Conheço a Luiza desde criança, gente”, desconversou, antes de ser pressionado novamente a falar sobre o conteúdo do que foi dito à Promotoria. “Confessou não, ela foi aterrorizada. Se ela falou, que assuma o ônus. É uma família que eu amo, que conheço há mais de 30 anos. O que ela falou, vai ter que assumir. A Luiza ficou assombrada vendo aquela prisão espetaculosa minha, de helicóptero, aquela babaquice. Quarenta homens para me prender.”

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Quando citou o depoimento à Justiça, o MP o classificou como uma colaboração “efetiva e espontânea”. Diante dos investigadores, Luiza também ofereceu extratos bancários para corroborar o que falava. Antes mesmo disso, a Promotoria já havia elencado provas de que ela, assim como outros assessores, repassava seus vencimentos para Queiroz. Ao mesmo tempo, não pisava na Alerj, como mostrou o mapa de suas locomoções feito a partir do GPS de celular. No caso da funcionária que confessou a prática do peculato, 155,7 mil reais dos 204 mil que caíram em sua conta durante o período de “trabalho” para Flávio foram parar na conta do operador, segundo dados obtidos a partir da quebra de sigilo – hoje anulada pela Justiça por ter sido considerada mal fundamentada. 

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Flávio, Queiroz, Luiza e mais 14 pessoas foram denunciadas em novembro de 2020. A ação criminal, contudo, está parada por causa das vitórias da defesa do senador no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A assessora que admitiu que desviava os próprios salários ganharia uma redução de pena se a peça andasse e levasse a condenações, já que colaborou com a investigação. 

Procurado, o advogado de Luiza, Caio Padilha, afirmou que “não pode se manifestar sobre o caso, uma vez que todos os processos e procedimentos investigatórios tramitam em sigilo.”

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