O Ministério Público Federal concluiu que houve crime de extorsão nas investigações sobre a suposta compra de medidas provisórias para beneficiar as empresas MMC Automotores, representante da Mistubishi, e CAOA, que fabrica veículos da Hyundai.
A investigação do Ministério Público e da Polícia Federal apurava a compra da medida provisória 471 no governo do ex-presidente Lula. Os inquéritos sobre o caso são um desdobramento da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – cuja nova fase foi deflagrada nesta segunda-feira. De acordo com os investigadores, empresas do setor negociaram pagamentos a lobistas, um deles alvo da operação da PF, para conseguir do Executivo um “ato normativo” que prorrogasse incentivos fiscais de 1,3 bilhão de reais por ano.
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Segundo os procuradores da República, o principal investigado pela extorsão “falava em nome de parlamentares”. Trata-se de Halysson Carvalho, que foi preso nesta segunda-feira. De acordo com as investigações, ele encaminhou um e-mail à MMC, exigindo o pagamento de 1,5 milhão de dólares para não entregar um dossiê sobre o caso à imprensa.
A extorsão foi motivada por falta de pagamento da propina inicialmente negociada pelo consórcio SGR/Marcondes & Mautoni, que tinha expectativa de receber 32 milhões de reais. “Robusta prova documental demonstra que a MMC pagou 17,4 milhões de reais ao consórcio, mas a CAOA não pagou sua parte”, diz a decisão da Justiça.
Ainda não está claro para quem Halysson pediu o dinheiro. O Ministério Público tem duas hipóteses: a primeira é que ele falava em nome de parlamentares; e a segunda é que ele foi contratado pela SGR “para extorquir a MMC”. Os representantes da defesa de Halysson não foram encontrados nesta segunda-feira para comentar as acusações.
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(Com Estadão Conteúdo)