Lula faz ofensiva no Nordeste para tentar resolver palanques
Candidato do PT petista enfrenta dificuldades para consolidar alianças em estados como Ceará
Na segunda quinzena de julho Lula (PT) planeja ir a três estados do Nordeste: Pernambuco, Ceará e Bahia. As viagens vão servir para o petista acertar as alianças para os palanques locais, que enfrentam algumas dificuldades.
“É uma fase de muita negociação ainda, articulação e conversas, não de rua”, diz o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Na Bahia, ACM Neto é favorito com chances de vencer a disputa ainda no primeiro turno. O petista Jerônimo Rodrigues é pouco conhecido pelo eleitorado. No entanto, quando o entrevistado é informado de que Lula o apoia, Jerônimo salta de 6% para 34% da preferência.
Em Sergipe, o senador petista Rogério Carvalho está tecnicamente empatado em terceiro lugar com o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), que também pode abrir palanque para Lula, e com o senador Alessandro Vieira. Lideram as pesquisas Edvaldo Nogueira, do PDT de Ciro Gomes, e Valmir de Francisquinho, do PL de Jair Bolsonaro.
“No Ceará, respeitamos a decisão do PDT sobre a candidatura à presidência e há maturidade nos líderes do estado já experimentada na eleição de 2018, já quando Fernando Haddad foi candidato pelo PT e Ciro Gomes pelo PDT. Neste instante Lula aparece bem posicionado”, diz o ex-governador do Piauí Wellington Dias, um dos coordenadores da campanha de Lula.
Ele enfatiza que há um grupo de políticos locais no estado que apoiam Lula, apesar da candidatura de Ciro Gomes. “Há também um time no Ceará bem além das fronteiras da aliança formal.”
Em Pernambuco, Lula vai subir no palanque de Danilo Cabral (PSB), mas tem o apoio da ex-petista Marília Arraes (Solidariedade), que lidera as pesquisas.
Lula vai aproveitar as viagens para lembrar ao eleitor que foi ele quem criou o Bolsa Família. Nesta semana o presidente foi à região. Participou de festa de São João na Paraíba e em Pernambuco, onde anunciou oficialmente aumento no valor do Auxílio Brasil.
Em junho o petista fez um giro pela região: virou o Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe, estados para onde não deve voltar durante a campanha, que começa oficialmente em agosto.