Haddad faz aceno a Josué Gomes para Ministério da Fazenda
Presidenciável disse que quer alguém ligado ao setor produtivo na pasta, mas não cravou se convidará empresário para fazer parte de seu eventual governo
O candidato do PT a presidente da República, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (11) em entrevista ao vivo para a rádio CBN, que o empresário Josué Gomes “tem todas as condições, perfil e sensibilidade social” para assumir o cargo de ministro da Fazenda em eventual governo petista.
A declaração foi dada após Haddad ser perguntado sobre quem ele convidaria para Fazenda, inclusive questionando o que o petista pensa de Josué Gomes, que já foi cogitado para ocupar o posto de vice na chapa do PT. Gomes é filho de José Alencar, que foi vice-presidente nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e morreu em 2011.
O candidato do PT não cravou, no entanto, que convidará o empresário, mas garantiu que o ministro da Fazenda não será banqueiro. “Eu não quero banqueiro no Ministério da Fazenda, como o Paulo Guedes economista do candidato Jair Bolsonaro, do PSL. Ele especulou a vida inteira no mercado financeiro, não entende de geração de emprego, só entende de juros”, disse.
Segundo Haddad, a pessoa convidada para a Fazenda será economista ou empresário, para “gerar emprego e não cortar benefícios sociais”.
O petista disse ainda que, se eleito, vai propor a unificação dos sistemas previdenciários, para que as regras sejam as mesmas para servidores públicos e trabalhadores do setor privado. Em uma pergunta sobre privatizações, Haddad não disse quais empresas públicas ele venderia ou se pretende privatizar alguma, mas garantiu que não serão privatizadas a Petrobras, a Caixa, o Banco do Brasil, a Eletrobras, os Correios e a Embrapa. “São estatais estratégicas”, explicou.
Em entrevista à Band, o candidato também disse que o Banco Central em seu governo terá como tarefa, além de controlar a inflação, realizar uma reforma bancária que terá que garantir que os juros sejam menores que os lucros dos empresários.
O programa do PT propõe uma reforma bancária em que haverá uma taxação sobre os bancos para estimular a redução do chamado spread bancário — diferença entre o juro pago quando os bancos captam os recursos e o juro cobrado dos clientes nos empréstimos.
Em outra entrevista, esta gravada e exibida pela RedeTV!, Haddad discordou da proposta de seu adversário, de facilitar o acesso a armas pela população. “Quem tem que portar armas é a polícia para garantir direito de segurança pública”, comentou. Ao falar sobre política de drogas, o candidato petista defendeu “traficante na cadeia e usuário com tratamento”.
Ao comentar a proposta de regulação da mídia, Haddad afirmou que uma única família não pode concentrar o controle de meios de comunicação em um Estado como Bahia, Alagoas ou Maranhão. Na área de educação, o presidenciável falou em priorizar o ensino médio em um eventual governo e fazer com que as escolas federais sejam responsáveis por melhorar o ensino das escolas estaduais.
(com Estadão Conteúdo)