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Geraldo Alckmin: PSDB deve ficar fora do 2º turno pela 1ª vez desde 1989

Governador de São Paulo por quatro vezes, tucano tenta novamente ser presidente, mas vê chances diminuírem com a migração de eleitores para Bolsonaro

Por Estêvão Bertoni Atualizado em 30 jul 2020, 20h08 - Publicado em 7 out 2018, 00h49

Nem mesmo os cinco minutos e 32 segundos de tempo de TV, quase a metade de cada bloco de propaganda eleitoral, foram suficientes para alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) nestas eleições. Sem nunca ter passado dos 10% nas pesquisas de intenção de voto, o tucano não conquistou o eleitorado nem mesmo em São Paulo, estado que governou por quatro vezes e onde Jair Bolsonaro (PSL) tem o dobro da preferência.

Nascido em Pindamonhangaba (SP), formou-se médico em Taubaté, mas acabou enveredando para a política. Na área, começou a carreira no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), pelo qual foi eleito vereador e prefeito em sua cidade. Ainda seria deputado estadual e federal. Em 1988, ajudou a fundar o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

Seu grande mentor foi Mario Covas, de quem foi vice-governador por dois mandatos. Em 2001, com a morte do tucano, Alckmin assumiu e se reelegeu em 2002. Em 2006, tentou a Presidência da República, mas foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.

Alckmin foi eleito governador por mais duas vezes, em 2010 e 2014, tornando-o o político que mais tempo esteve à frente do estado após a redemocratização do país. Enfrentou uma crise hídrica e a ocupação de escolas por alunos secundaristas contrários ao remanejamento de vagas na rede estadual. Em 2006, também viu explodir ataques do PCC contra policiais, embora na época tivesse renunciado para disputar a Presidência. O problema ficou para seu vice, Cláudio Lembo.

Chegou a ser citado nas delações da Odebrecht, sob suspeita de recebimento de caixa dois em campanhas. Em outro caso, seu ex-secretário de Transportes Laurence Casagrande Lourenço acabou preso, sob suspeita de desvios na Dersa, estatal da área de transportes. Por diversas vezes nesta campanha, o ex-governador chamou a prisão de injusta e defendeu o ex-funcionário.

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Embora tenha conquistado a adesão dos partidos do chamado Centrão a sua coligação, foi presenciando traições ao longo da campanha. Nas últimas semanas, a bancada ruralista, com cerca de 261 parlamentares integrantes dos partidos de sua base, anunciaram apoio a Bolsonaro. Alckmin classificou a situação de “desrespeitosa”.

O apoio do PSDB ao impeachment de Dilma Rouseff (PT) e ao governo de Michel Temer (MDB) também dificultaram a vida do candidato. O presidente da República chegou a divulgar um vídeo lembrando da ligação entre os dois partidos no governo.

O eleitorado de direita acabou aderindo à campanha de Bolsonaro, embalado por um vigoroso discurso antipetista e anticorrupção. Nem mesmo a tentativa de desconstrução da imagem do candidato do PSL, a quem classifica de “passaporte para a volta do PT ao poder”, funcionou.

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O tucano chega às vésperas do primeiro turno em apenas quarto lugar nas pesquisas, atrás dos candidatos do PSL, do PT, Fernando Haddad, e do PDT, (Ciro Gomes).

Nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas neste sábado (6), ele aparece com poucas chances de liderar uma virada de última hora. No Ibope, ele tem apenas 8% dos votos válidos e fica atrás de Ciro (13%), Haddad (25%) e Bolsonaro (41%). No Datafolha, a situação é parecida: tem os mesmos 8% contra 15% de Ciro, 25% de Haddad e 40% de Bolsonaro.

Com esse desempenho, ele deve levar o PSDB a ficar fora do segundo turno na eleição presidencial pela primeira vez desde 1989: o partido esteve nesta fase da disputa com José Serra em 2002, com o próprio Alckmin em 2006, de novo com Serra em 2010 e com Aécio Neves em 2014. Em 1994 e 1998, o partido venceu a eleição no primeiro turno com Fernando Henrique Cardoso.

 

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