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Generais ‘ex-governo’ veem ‘imprudência’ de Bolsonaro e Exército blindado

Ex-secretário Maynard Santa Rosa avalia que o presidente 'simplesmente, aproveitou a oportunidade'; ex-ministro Santos Cruz cita 'equilíbrio de Poderes'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 abr 2020, 11h18 - Publicado em 20 abr 2020, 10h44

Em meio à constatação pelos militares de que o país não deve perder tempo e energias com atitudes temerárias do presidente Jair Bolsonaro, como informa o Radar, generais que ocuparam cargos no governo criticaram a participação de Bolsonaro em um ato que pedia intervenção militar, com fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo, 19, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

O general da reserva Maynard Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, avalia como “imprudência” a atitude do presidente, classificado por ele como “imprevisível”.

Além de causar aglomerações e distribuir cumprimentos com aperto de mão, o que contraria as orientações da Organização Mundial de Saúde, Bolsonaro discursou na caçamba de uma caminhonete. Ele não falou diretamente sobre a pandemia nem sobre sua intenção de flexibilizar o isolamento social, mas mandou recados como o de que “nós não queremos negociar nada”.

“O Exército não pode ser envolvido na dialética política”, diz a VEJA Santa Rosa, um oficial de quatro estrelas, patente máxima do Exército brasileiro. O ex-secretário, que pediu para deixar o governo em novembro de 2019, em meio a divergências com o ministro Jorge Oliveira, a quem estava submetido, entende que a presença do presidente no ato, no entanto, não foi calculada.

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“Garanto que não houve cálculo. Simplesmente, aproveitou a oportunidade. A presença dele pode ser interpretada como um aval. Não acredito que foi essa a intenção”, afirma Santa Rosa.

Sem citar diretamente a manifestação com a presença de Bolsonaro, o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, também comentou o ato pró-intervenção militar.

Santos Cruz escreveu no Twitter que o Exército “é uma instituição de Estado” e “não participa das disputas de rotina”. “Democracia se faz com disputas civilizadas, equilíbrio de Poderes e aperfeiçoamento das instituições. O EB (Exército Brasileiro) tem prestígio porque é exemplar, honrado e um dos pilares da democracia”, tuitou.

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Santos Cruz foi demitido do cargo em junho de 2019, após atritos com as estratégias da equipe de comunicação do governo. Ao longo do primeiro ano do mandato de Bolsonaro, o ex-ministro trocou farpas públicas com o escritor Olavo de Carvalho, que tem grande influência na chamada “ala ideológica” da gestão do presidente.

Na manhã desta segunda-feira, 20, Jair Bolsonaro mudou o tom e afirmou que não falou “nada contra qualquer outro Poder”. “Democracia e liberdade acima de tudo”, disse o presidente, na saída do Palácio da Alvorada.

“Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade”, afirmou.

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