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Falha em manutenção causou acidente com filho de Alckmin, diz MP

Nova perícia isentou de responsabilidade profissionais de empresa que haviam sido indiciados; responsável por reparos na aeronave, Helibrás contesta laudo

Por Estadão Conteúdo
12 Maio 2018, 12h25

Investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo e pela polícia apontaram que o perito responsável por apurar a causa do acidente de helicóptero que matou o filho mais novo do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) em abril de 2015, na Grande São Paulo, mentiu em seu laudo.

A nova conclusão é que a queda da aeronave foi provocada por falha material e não por falta de manutenção. Além de Thomaz Alckmin, quatro pessoas morreram na tragédia.

Em março deste ano, o perito Hélio Ramacciotti, do Instituto de Criminalística (IC), foi denunciado pela promotora Camila Moura por utilizar informações falsas no laudo que concluiu, em setembro de 2015, que o acidente foi provocado pela desconexão de duas peças (alavanca e flexível) na cadeia de comando da aeronave. A denúncia foi aceita em 24 de abril pelo juiz Renato Siqueira, da 1.ª Vara Criminal de Carapicuíba. O perito pode ser condenado a até quatro anos de prisão.

A conclusão de Ramacciotti sobre a queda da aeronave modelo EC 155 B1, da Airbus Helicopters, seguiu a mesma hipótese apontada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em relatório preliminar divulgado dois meses após o acidente.

As peças estavam desconectadas antes da decolagem, configurando falha humana, constatou-se naquele momento. O perito, segundo a denúncia, teria até copiado trechos do documento da Aeronáutica. O laudo do IC resultou no indiciamento por homicídio culposo de cinco funcionários da empresa Helipark, dona do hangar de onde a aeronave partiu.

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As suspeitas sobre o laudo do perito levaram o IC a refazer a investigação. Nova perícia concluída em setembro do ano passado e a qual a reportagem teve acesso constatou “o fator contribuinte para a queda da aeronave foi certamente a ruptura de uma das pás do rotor principal”.

Segundo o novo laudo, houve problemas em uma manutenção realizada pela Helibrás nas pás da aeronave dois dias antes do acidente. A empresa não teria respeitado o prazo de secagem de uma semana após a pintura do equipamento.

‘Vítima’

Depois da nova perícia do IC, comandada por uma comissão de cinco peritos, os funcionários da Helipark foram desindiciados. “Não há a menor dúvida de que Helipark foi vítima e por sorte seus funcionários não chegaram a responder a processo penal”, afirmou Laércio Farina, advogado da empresa que ainda é processada na Justiça por uma seguradora em uma ação de R$ 55 milhões.

Em nota, a Helibrás, responsável pela manutenção das pás, afirmou que a alegação do MPE “é desprovida de embasamento técnico e não segue o devido critério para investigações de acidentes aeronáuticos”.

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Segundo ela, “o trabalho de manutenção de baixa complexidade realizado nas pás da aeronave não contribuiu para o acidente”. A empresa ressalta que tanto o Cenipa quanto especialistas “não encontraram quaisquer anormalidades nas pás do helicóptero acidentado”.

Responsável pela defesa do perito, a advogada Maria Luisa Domingues afirmou que vai contestar a denúncia do MPE na Justiça. “Não houve nenhuma falsidade, nenhum erro”, disse.

Na ação penal, o MPE havia pedido o afastamento do perito das suas funções no IC, mas o juiz rejeitou o pedido. Em nota, a Secretaria da Segurança Púbica informou que tanto Ramacciotti quanto os peritos que emitiram o segundo laudo “estão sob análise na Corregedoria da Polícia Civil”. Ramacciotti, segundo a pasta, não foi afastado.

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A assessoria do ex-governador Geraldo Alckmin informou que ele não vai se pronunciar sobre o caso.

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