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Brasil tenta conter repercussão mundial negativa do caso Marielle

Ativismo pró-direitos humanos da vereadora e circunstâncias do assassinato provocam cobrança de órgãos internacionais para que país esclareça crime

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 16 mar 2018, 17h58 - Publicado em 16 mar 2018, 17h45

O Ministério das Relações Exteriores enviou mensagens às embaixadas brasileiras pelo mundo pedindo que os diplomatas procurem autoridades e formadores de opinião locais e assegurem que o país está investigando o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), executada com quatro tiros na quarta-feira junto com o motorista Anderson Gomes.

A orientação é para “expor, de maneira mais ampla possível, as medidas tomadas pelo governo para esclarecer o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.”

Horas depois do anúncio da morte da ativista, grupos, entidades e partidos políticos no exterior passaram a condenar a violência no Brasil. Na ONU, a entidade fugiu de sua tradicional prática de esperar dias para fazer um comentário e, menos de 24 horas depois do assassinato, emitiu uma dura nota exigindo que houvesse uma investigação sobre o caso, assim como garantias de que os responsáveis fossem levados à Justiça.

No Parlamento Europeu, uma coalizão de partidos de esquerda composta por 52 deputados enviou uma carta para a chefe da diplomacia do bloco pedindo a suspensão das negociações entre Mercosul e Europa até que o Brasil desse respostas sobre a proteção a defensores de direitos humanos.

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Ativista da área, Marielle tinha postura crítica à atuação das polícias nas favelas do Rio de Janeiro, o que potencializa a preocupação das entidades. ONGs estrangeiras também reforçaram a repercussão internacional, com comunicados e denúncias. Relatores das Nações Unidas também passaram a se mobilizar para pedir explicações formais ao governo.

Num primeiro telegrama, o Itamaraty informou sua rede de representantes sobre a posição do governo, enviando anexos dos comunicados emitidos pela presidência da República, pela Secretaria Especial de Comunicação Social, pelo ministro de Direitos Humanos, Gustavo Rocha, e pela Secretaria de Políticas para Mulheres.

Um segundo telegrama também foi enviado, instruindo certas embaixadas a ter uma atitude mais “ativa”. A orientação, nesse caso, era de que os postos fossem em busca das autoridades nacionais onde estavam para dar a posição oficial do que vem sendo feito para elucidar o caso.

A onda de críticas, no entanto, promete crescer nos próximos dias. Agnes Callamard, relatora da ONU para execuções sumárias, não esconde sua preocupação sobre a situação brasileira. Ela revelou que, em um ano, enviou cinco cartas sigilosas ao governo brasileiro exigindo respostas sobre assassinatos ocorridos no Brasil. “O trágico assassinato de Marielle Franco é um desenvolvimento extremamente preocupante para o Brasil”, escreveu à reportagem.

Nos bastidores, organizações não-governamentais estrangeiras e brasileiras estão se mobilizando para usar o caso da ativista carioca para expor as autoridades brasileiras na ONU, possivelmente em uma reunião na sede das Nações Unidas em Genebra.

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