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Bolsonaro: ‘Não teremos só laços de amizade com os EUA, mas negociações’

Presidente brasileiro acena com parcerias nas áreas de 'mineralogia', agricultura e biodiversidade e se diz vítima, como Trump, da mídia e das 'fake news'

Por Julia Braun, de Washington D.C.
Atualizado em 30 jul 2020, 19h52 - Publicado em 18 mar 2019, 20h48

Em discurso de improviso a empresários brasileiros e americanos, em Washington, o presidente Jair Bolsonaro acusou os governos de seus antecessores de tratar os Estados Unidos como “inimigos” e afirmou que sua administração será marcada por “laços de amizade e negociações” com esse país. Segundo o presidente, ambos os governos poderão se engajar em discussões de acordos sobre “mineralogia”, agricultura e biodiversidade.

Bolsonaro se reunirá com o presidente americano, Donald Trump, na manhã de terça-feira 19, na Casa Branca. No discurso, antecipou elogios ao país de destino de sua primeira visita oficial, dizendo “admirar” os Estados Unidos e considerá-los “inspiradores” para o Brasil. Ele disse que “estenderá as mãos para parcerias” com o governo americano.

“Pensamos em um Brasil grande, assim como Trump quer os Estados Unidos grandes”, afirmou, mencionando como exemplo de parceria dessa nova fase da relação bilateral o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, assinado pouco antes entre os dois países.

Em uma tentativa de aproximação, o brasileiro mencionou ter conhecido Trump durante as primárias do Partido Republicano, em 2016, quando o então candidato sofria os “ataques da mídia, as fake news“. Alegou também ter sofrido agressões semelhantes em sua campanha, na qual teria gastado “menos de 1 milhão de dólares”. Admitiu ainda que “só arranjamos um partido seis meses antes da eleição” de outubro passado, em referência ao PSL, considerado legenda de aluguel.

Bolsonaro também afirmou que conta com o apoio e capacidade bélica de Washington para ‘libertar o povo’ da Venezuela: “Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo, obviamente, a capacidade econômica, bélica, entre outras, dos Estados Unidos. Temos que resolver a questão da nossa Venezuela. A Venezuela não pode continuar da maneira como se encontra. Aquele povo tem que ser libertado e contamos com o apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado”.

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O presidente preferiu discursar de improviso, sem ler um texto previamente escrito. Com isso, sua mensagem foi do “milagre” de sua eleição a juras de amor ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que provocaram risos na plateia. “Apesar de conhecê-lo só há um ano, foi amor à primeira vista”, disse Bolsonaro, logo depois de elogiar a aproximação da visão ultraortodoxa de seu ministro com a do ex-presidente americano Ronald Reagan (1911-2004), de quem se disse um admirador.

Ele alegou que sua eleição fez o Brasil dar uma “guinada para a direita”, para um governo que acredita na família e é contra o politicamente correto e a ideologia de gênero. Em uma nova tentativa de comparação, disse que, assim como o povo americano escolheu Trump, o brasileiro “conservador e temente a Deus” o escolheu no Brasil.

Em uma menção anterior à vontade divina, Bolsonaro afirmou que “a grande transformação do Brasil” se deveu a dois milagres. O primeiro é sua sobrevivência do atentado, “ainda não elucidado”, sofrido em Juiz de Fora, em setembro. O segundo foi sua eleição por um “povo cansado”, que “não aceitava mais a esquerda”.

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Ação militar na Venezuela

Sobre as declarações feitas por Bolsonaro sobre a Venezuela, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, negou que o Brasil tenha intenção de apoiar o governo americano em qualquer tipo de intervenção militar na nação controlada pelo ditador Nicolás Maduro.

“O Brasil entende que a situação da Venezuela deva ser resolvida com base na nossa democracia que é tão antiga e de referência mundial”, disse.

Durante a manhã desta segunda, Bolsonaro visitou a sede da CIA em Washington. O presidente se reuniu com a diretora do órgão de inteligência americano, Gina Haspel.

Depois do encontro, o líder brasileiro não foi visto pela imprensa nas imediações da Blair House ou da Casa Branca por ao menos duas horas. O porta-voz da Presidência não quis confirmar as atividades de Bolsonaro e disse apenas que ele teve agenda privada.

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O presidente participou hoje de uma reunião com o ex-secretário do Tesouro americano, Henry Paulson. Também concedeu uma entrevista à emissora americana Fox News, que será exibida às 23h do horário local nos Estados Unidos.

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