Há dois meses, todos estavam comemorando o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O governo Bolsonaro chegou a prever que o PIB brasileiro cresceria 7% em 15 anos por consequência da medida.
Mas hoje é possível dizer que o acordo subiu no telhado. O resultado da pré-eleição na Argentina é um dos sintomas. O peronista Fernández tem uma agenda protecionista e será uma surpresa se ele avançar num acordo para abrir o comércio argentino para produtos industriais, especialmente os vinhos da Europa.
Em tese, o Brasil poderia avançar sozinho no acordo e deixar o país vizinho para trás. Em tese, por que temos Bolsonaro. A retórica inflamada do presidente contra a proteção ao meio ambiente tem tido enorme repercussão da Europa. É impossível supor que todos os países europeus possam aprovar o acordo sem impor fortes medidas de controle ambiental.