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“Faltam dados que comprovem a eficácia da cirurgia bariátrica para o controle do diabetes”, diz especialista

O médico americano Harold Lebovitz, que está no Brasil para o 30º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, alerta para o baixo número de pesquisas que comparam as complicações da cirurgia e da terapia clínica

Por Aretha Yarak, de Goiânia
9 nov 2012, 14h28

Pesquisas recentes vêm comprovando que a cirurgia bariátrica, indicada para pacientes obesos, também pode ser benéfica no tratamento do diabetes tipo 2. Apesar de promissor, o procedimento ainda não foi adotado plenamente e se restringe apenas aos pacientes que não respondem bem ao tratamento medicamentoso.

Convidado pelo 30º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, que acontece em Goiânia, o endocrinologista americano Harold Lebovitz faz parte do grupo de médicos que ainda vê com receio a operação. Professor da Universidade de Nova York e ganhador do prêmio Distinção em Endocrinologia pelo Colégio Americano de Endocrinologia, Lebovitz alerta: “Há uma lacuna de dados que comprovem, de fato, que a cirurgia metabólica é eficaz para o diabetes.”

Coordenador de um estudo que busca comparar as taxas de complicações entre o procedimento cirúrgico e a terapia clínica em pacientes diabéticos com IMC de 28 a 35 (clique aqui para calcular o seu), o americano falou ao site de VEJA sobre os riscos, os benefícios e os cuidados que se deve tomar antes de decidir pela cirurgia bariátrica.

Harold E. Lebovitz
Harold E. Lebovitz (VEJA)

Afinal de contas, a cirurgia bariátrica cura o diabetes? Existe uma remissão da doença. Por um período de tempo, que pode variar de dois a 10 anos, os níveis de glicose voltam ao normal e o paciente não precisa de remédios. Mas o diabetes é uma doença progressiva, e ela acaba voltando com o passar do tempo. Então, eu diria que pode-se considerar como um tipo de cura temporária, mas, no fundo, é só mais um tratamento.

Como a cirurgia bariátrica ajuda a controlar o diabetes? Há duas razões. A primeira delas é o procedimento que restringe a ingestão alimentar, o que acaba levando a muita perda de peso. Pode-se perder até 30% do peso e 75% da gordura total do corpo. Mas há ainda mudanças hormonais, associadas a alguns tipos de procedimentos cirúrgicos, como o bypass. Alguns especialistas acreditam que essas mudanças hormonais são realmente benéficas ao diabetes, mas nada disso ainda foi comprovado. As medições estão todas lá, mas não temos ainda como mostrar que esses benefícios são uma consequência direta da cirurgia.

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A cirurgia bariátrica então não pode ser considerada ainda uma opção para o tratamento do diabetes? Ela é uma alternativa nova e bastante animadora, mas ainda existem alguns problemas que precisam ser resolvidos. A maioria dos dados sobre essa operação é de pacientes que foram tratados para a obesidade severa, e que tinham também o diabetes. A cirurgia metabólica, como é chamada nos Estados Unidos, quando tem como finalidade o tratamento do diabetes, precisa ter critérios diferentes da bariátrica. Faltam dados mais seguros para podermos avaliar se essa operação tem, de fato, menos complicações que o tratamento clínico.

Em que casos ela deveria ser indicada, hoje, para o diabetes? Eu não a indico como uma primeira linha de tratamento para o diabetes. Agora, quando o paciente não responde à terapia clínica, é saudável o suficiente para se eleger à operação e a cirurgia não representa um risco grande, pode-se considerar como uma alternativa.

Somente nesses casos a cirurgia pode ser considerada segura? Sempre há complicações. Há risco de até 0,2% de mortalidade nas mãos dos melhores cirurgiões. Nos Estados Unidos, a cirurgia bariátrica é recomendada apenas nos centros de excelência, que são lugares certificados por grupos especializados. É importante salientar ainda que quanto mais procedimentos o cirurgião faz, menores serão as taxas de complicação. É importante levar isso em consideração na hora de escolher seu médico.

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*O conteúdo destes vídeos é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.

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