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Putin assina decreto para esconder mortes de soldados russos na Ucrânia

O presidente russo baixou uma lei que torna segredo de Estado os óbitos de tropas do país durante tempos de paz. O Kremlin nega envolvimento no conflito ucraniano

Por Da Redação
28 Maio 2015, 13h32

O presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto nesta quinta-feira para acobertar as provas de que tropas de Moscou têm combatido o Exército ucraniano no leste do país. De acordo com a rede BBC, Putin aprovou uma lei que torna segredo de Estado as mortes de soldados russos ocorridas “durante operações especiais” em tempos de paz. Como oficialmente o Kremlin nega envolvimento no conflito ucraniano, as circunstâncias em que ocorrerem baixas no exterior não poderão se tornar públicas. Não há informações específicas sobre o que seriam as “operações especiais” às quais o mandatário se referiu no decreto.

A medida de Putin visa combater os relatos de mães russas que passaram a receber notícias de que os filhos haviam morrido durante os combates na Ucrânia. Em janeiro, o jornal The Guardian publicou uma reportagem que denunciava o descaso do Kremlin com mulheres que exigiam informações sobre o óbito dos soldados. Entre os casos estava o de Yelena Tumanova, cujo filho de 20 anos havia telefonado em 10 de agosto para avisar que sua unidade do Exército estava se deslocando para Donetsk. No dia 20 daquele mês, Yelena recebeu um caixão lacrado e com uma pequena janela em que era possível ver o rosto do militar. Seus colegas disseram que ele perdeu as pernas após ser atingido por um ataque de artilharia no leste ucraniano.

O Kremlin tem insistido que todos os soldados russos mortos ou capturados no país vizinho estavam lutando ao lado dos rebeldes pró-Moscou como voluntários. Mas fotografias, vídeos e imagens de satélites provam que as tropas russas seguem se movimentando nas proximidades do território ucraniano. A agência Reuters reportou que soldados e maquinário militar, incluindo morteiros móveis, tanques e peças de artilharia, podiam ser vistas durante esta semana na base de Kuzminsky, na fronteira com a Ucrânia. Os veículos tiveram placas e marcas de identificação removidas, enquanto os soldados arrancaram as insígnias dos uniformes – medidas semelhantes foram adotadas por tropas sem identificação vistas no leste ucraniano.

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O Ocidente crê que as bases militares na fronteira entre os países têm sido utilizadas como o ponto de partida para transportar equipamentos militares e soldados para a Ucrânia. Nesta quarta-feira, o embaixador da Rússia no país visitou dois homens capturados por Kiev suspeitos de serem soldados russos atuando na região de Lugansk. A dupla será processada por envolvimento com “atividade terrorista” após ter confirmado em vídeo que faziam parte de tropas ativas de Moscou. O Kremlin rebateu as alegações dizendo que os homens não estavam servindo no momento em que foram presos.

Em uma recente entrevista à BBC, o presidente ucraniano Petro Poroshenko admitiu que travava uma “guerra de verdade” contra as Forças Armadas russas. “O fato de nós termos capturado soldados de forças especiais russas regularmente reforça esta questão”, declarou o mandatário. Poroshenko disse manter o país em alerta para o caso de a Rússia declarar uma ofensiva contra a Ucrânia. “Tenho medo de tudo. Acredito que eles [Moscou] estão preparando uma ofensiva e acho que devemos estar preparados”.

Um frágil cessar-fogo entre Kiev e os rebeldes separatistas está em vigor desde fevereiro, embora conflitos continuem sendo registrados no leste do país. A ONU estima que mais de 6.000 pessoas tenham sido mortas desde o início da guerra.

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(Da redação)

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