EUA acusam Rússia de violar cessar-fogo na Ucrânia
Departamento de Estado americano afirma que Moscou tem treinado os separatistas do leste do país e deslocado peças de artilharia para a fronteira
Os Estados Unidos acusaram a Rússia nesta terça-feira de mover peças de artilharia antiaérea para a fronteira com a Ucrânia e investir no treinamento de separatistas no leste do país. As medidas, se comprovadas, violariam os termos do cessar-fogo acordado em fevereiro, na Bielorrússia. “Esta é a maior quantidade de equipamento antiaéreo russo no leste ucraniano desde o mês de agosto”, comunicou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf.
Leia também:
Jornalista ucraniano é morto a tiros em Kiev
Até Putin admite: ‘Foi um erro’ impor o comunismo na Europa
Ministros europeus voltam a pedir fim dos combates na Ucrânia
Indícios também apontam que a Rússia está “realocando tropas na fronteira com a Ucrânia”, disse Marie. “Após manter uma presença relativamente constante na fronteira, a Rússia está enviando unidades adicionais para lá. Estas forças farão com que a Rússia tenha seu maior contingente presente na região desde outubro de 2014”. Um dos principais pontos do cessar-fogo prevê que todos os grupos armados, armamentos e mercenários estrangeiros deverão ser removidos do território ucraniano.
No início deste mês, os Estados Unidos enviaram 300 paraquedistas à Ucrânia para treinar soldados da Guarda Nacional no oeste do país. A Rússia reagiu rápido à medida e disse que “a presença de especialistas de um terceiro país não facilita uma solução do conflito nem a criação de um bom ambiente, e, pelo contrário, desestabiliza seriamente a situação”.
A ONU estipula que mais de 6.000 pessoas foram mortas desde que grupos separatistas começaram a combater o Exército ucraniano no leste do país, em abril do ano passado. Os primeiros registros de luta armada ocorreram um mês após a anexação ilegal da península da Crimeia pela Rússia. Embora conflitos esporádicos entre os militares e os guerrilheiros pró-Moscou tenham sido registrados nos últimos meses, o cessar-fogo entre as partes segue vigente.
(Da redação)