Para Maduro, Yanukovich foi vítima de golpe influenciado pelos EUA
Em nota, venezuelano diz que “grupos extremistas” foram responsáveis por tirar presidente pró-Moscou do poder na Ucrânia
Por Da Redação
7 mar 2014, 19h43
Depois de o ditador sírio Bashar Assad manifestar solidariedade a Vladimir Putin na questão da Ucrânia, é a vez de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manifestar apoio ao presidente destituído Viktor Yanukovich, retirado do poder depois de se aproximar do Kremlin e abrie mão de um acordo de associação com a União Europeia.
Em comunicado desta sexta-feira, Maduro “repudia o golpe de estado dado por grupos extremistas na Ucrânia, depois de uma estratégia de desgaste promovida pelos Estados Unidos e por seus aliados da Otan”. Sim, novamente, o vilão são os Estados Unidos. Ele acrescenta que a aliança militar do Ocidente “é mais uma vez responsável por submeter uma sociedade inteira à violência imposta por terroristas e fanáticos”.
É interessante notar que, ao tratar da crise em seu próprio quintal, o presidente venezuelano também chama manifestantes de “golpistas” e “terroristas”. O mandatário enfrenta protestos contra seu governo há um mês – os cidadãos aderiram às manifestações contra a alta inflação, os altos índices de criminalidade e aos frequentes ataques à liberdade de expressão.
Na Ucrânia, as pessoas que tomaram a Praça da Independência, em Kiev, desde novembro, criticavam a decisão de Yanukovich de dar as costas para o bloco europeu, desperdiçando a oportunidade de tornar o país uma nação de fato independente, transparente e democrática.
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Depois da queda de Yanukovich, o foco de tensão se transferiu da capital para a Crimeia, no sul do país. A região foi dominada por tropas russas e o Parlamento regional pró-Moscou votou pela integração com a Rússia e marcou um referendo para validar a decisão – decisões consideradas ilegais pelo governo americano e de países europeus. Putin, por sua vez, endossou o plano de secessão da Crimeia e ainda ameaçou cortar o fornecimento de gás para a Ucrânia.
Enquanto as potências ocidentais condenam a ocupação russa, Maduro preferiu ecoar o discurso do Kremlin para tentar justificar a invasão da Crimeia, ao dizer que a instalação de “autoridades de fato” em Kiev ameaça a unidade da Ucrânia e a estabilidade de toda a região, “pois coloca em perigo a segurança dos cidadãos de origem russa que fazem parte da sociedade ucraniana e a própria soberania da Rússia”.
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