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EUA copiariam repressão venezuelana, diz Maduro à CNN

Segundo ele, protestos que pedissem renúncia de Obama enfrentariam a 'força da lei' – o que na Venezuela significa ter milícias nas ruas, prender e até torturar

Por Da Redação
7 mar 2014, 06h49

Em entrevista à rede de televisão CNN, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira ao americano Barack Obama que respeite seu país e a América Latina para não entrar em um “beco sem saída” na região. Em um trecho do programa divulgado pela canal, que leva a íntegra da entrevista ao ar na tarde desta sexta, Maduro compara a repressão de seu governo aos protestos que enfrenta há semanas com uma possível reação dos EUA caso Obama começasse a enfrentar manifestações pedindo sua renúncia da Casa Branca.

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“O que fariam os Estados Unidos, o que aconteceria nos Estados Unidos se algum grupo dissesse que vai incendiar os Estados Unidos para que Obama saia, para que renuncie, para mudar o governo constitucional dos Estados Unidos. Seguramente o Estado reagiria, utilizaria toda a força da lei para restabelecer a ordem”, afirma Maduro à jornalista Christiane Amanpour, que foi a Caracas para a conversa.

O herdeiro político de Hugo Chavez deu uma amostra, também nesta quinta, do que significa “restabelecer a ordem” na Venezuela. Durante um desfile militar em homenagem ao mentor, morto um ano atrás, Maduro convocou as milícias chavistas para acabar com as “guarimbas”, como são chamadas as barricadas que se tornaram o meio mais comum de protestos na capital Caracas e em outras cidades venezuelanas. Desde o início das manifestações, 20 pessoas já morreram nos confrontos nas ruas, inclusive pela ação, registrada em vídeo, dos grupos paramilitares apoiados pelo governo. Além disso, a prisão dos manifestantes sem acusação formal se tornou uma constante, com relatos de casos de tortura em meio à repressão.

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Questionado por Amanpour sobre os violentos distúrbios em seu país, o presidente insistiu que os que se manifestam contra ele são uma minoria. “Devem saber nos Estados Unidos e aqueles que nos assistem neste prestigiado programa, que os que anteciparam este plano violento são uma minoria, um grupo, bom, pertencente à oposição, que colocou em apuros o restante dos dirigentes políticos da oposição”, argumentou Maduro. (Continue lendo o texto)

Diálogo – O venezuelano também comentou o estado das relações diplomáticas com o governo americano.”Minha mensagem é de respeito, diálogo, superação das visões sobre o nosso país. Precisamente, eu tomei a decisão de nomear um novo embaixador nos Estados Unidos”, afirmou Maduro no trecho divulgado no site da CNN. Ele acrescentou, “aos que governam nos Estados Unidos”, “que respeitem a Venezuela, que respeitem a América Latina e que estabeleçamos novos níveis de relações”.

Os protestos na Venezuela começaram no dia 12 de fevereiro com uma passeata convocada por estudantes e opositores que terminou em violência e na qual morreram três pessoas e dezenas ficaram feridas. A manifestação reprimida foi o estopim para que ocorressem novos atos, concentrações, enfrentamentos e barricadas.

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Nesse contexto, o governo de Maduro ratificou nesta quinta-feira a suspensão de suas relações com o Panamá por considerar que o país vizinho se intrometeu em assuntos internos venezuelanos ao reivindicar uma reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a situação na Venezuela.

(Com agência EFE)

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