Na COP-21, Dilma diz que Brasil está punindo responsáveis por tragédia em Mariana
Presidente discursou no primeiro dia da Cúpula do Clima das Nações Unidas, em Paris. Segundo ela, "ação irresponsável" causou o desastre ambiental
Em discurso feito na abertura da 21ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-21), em Paris, a presidente Dilma Rousseff mencionou a tragédia em Mariana (MG) e disse que o Brasil “está punindo os responsáveis” pelo rompimento da barragem na cidade. “A ação irresponsável de empresas provocou o maior desastre ambiental na História do Brasil, na grande bacia hidrográfica do Rio Doce. Estamos reagindo ao desastre com medidas de redução de danos, apoio às populações atingidas, prevenção de novas ocorrências e também punindo severamente os responsáveis por essa tragédia”, afirmou.
Dilma também mencionou o fenômeno El Niño para falar sobre outras crises ambientais que atingem o Brasil. “Temos enfrentado secas no Nordeste, chuvas e inundações no Sul e no Sudeste do país. O fenômeno El Niño tem nos golpeado com força.”
Leia também:
Tragédia em Mariana: barragem de Fundão tinha lama da Vale
Reservatório próximo de barragem é esvaziado por risco de novo rompimento
Mais de 130 chefes de Estado e de Governo compareceram ao primeiro dia da COP-21, que se estenderá até o dia 11 de dezembro. Nesta segunda-feira, cada autoridade terá 3 minutos para discursar. Os presidentes da França, dos Estados Unidos e da China estão entre os que já realizaram os seus discursos.
Durante sua fala, Dilma também disse que as autoridades devem buscar um acordo “legalmente vinculante” que obrigue os países a cumprirem as promessas. “O acordo não pode ser apenas a simples soma das melhores intenções de todos, mas uma nova via para nos comprometermos na luta contra a mudança climática”, afirmou.
Leia também:
Obama reconhece papel dos EUA em mudanças climáticas
COP-21: 100 feridos em confronto entre ativistas e a polícia em Paris
A presidente ainda sugeriu que o trato inclua a ajuda a países em desenvolvimento e leve em consideração as nações mais vulneráveis. “As diferenças entre os diferentes países não deve minar nossos objetivos. Os países desenvolvidos têm que buscar outras fontes energéticas e o acordo tem que se dirigir a uma convergência que una as contribuições de todos”, disse.
Segundo Dilma, o seu governo se comprometeu em reduzir as emissões de poluentes em 43% até 2030, comparando com as taxas de 2005, e fazer com que as energias renováveis representem 45% do total nacional.
(Da redação)